sexta-feira, 23 de novembro de 2007

OS TIJOLOS DO ESPÍRITO HUMANO SÃO MATERIAIS

Tem a ver com sobrevivência da espécie, não com certo ou errado, mas recente pesquisa americana marcou mais um gol na peleja batida entre, digamos, inatistas e, digamos, culturalistas; tento pro primeiro time. A bem da verdade, é coisa passada a briguinha, mas que resta ainda tradicional em certos círculos, especialmente nas humanas que insistem em dizer que estão vencendo, mais particularmente no nosso amado país. Trata-se do fato de que crianças que nem começaram a falar já sabem distinguir entre pessoas boas e más. Lembremos: sem comunicação não há cultura, portanto, as crianças não foram ensinadas a distinguir entre, vá lá por licença poética, o certo e o errado. Inteligência social é menos social do que biológica. O estudo foi publicado na Nature.

Turma de Yale, capitaneada pela Dra. Kiley Hamlin, fez um estudo bastante simples até: pegou doze nenês com seis meses de idade e outros dezesseis com dez, fazendo com que assistissem várias vezes um desenho animado, desenvolvido pela equipe, cuja história envolvia três personagens. A primeira, subia uma montanha; a segunda, ajuda a primeira, empurrando-a para cima; a terceira, atrapalha a primeira, empurrando-a para baixo. Ato seguinte, os pesquisadores mostraram aos bebês bonecos das segunda e terceira personagens para que escolhessem entre um e outro. Todas as crianças de seis meses e catorze dos de dez escolheram o boneco que ajudava a primeira personagem a subir a montanha. Enfim, crianças são capazes de escolher entre pessoas que fazem coisas boas e más. Ninguém ensinou, até porque é impossível ensinar algo dessa complexidade sem a fala. Portanto, seres humanos possuem um sentido inato do que sejam condutas boas e más, aceitáveis ou não dentro de um ambiente social.

Os pesquisadores afirmam que tais descobertas indicam que os “humanos realizam avaliações sociais num estágio muito anterior de desenvolvimento do que se pensava, e sustenta a tese de que a capacidade de avaliar indivíduos com base em suas interações sociais é universal e não depende de aprendizado”.

Para ter certeza de que não haveriam outras explicações, a galera de Yale fez outras experiências quanto às preferências dos infantes, as quais afastaram, por exemplo, a possibilidade de que eles simplesmente preferissem coisas que sobem ao invés de coisas que descem; ou então que se se tratasse das aparências do bonecos.

Segundo a Dra. Hamlin, não se pode dizer desta predileção “se é algo inato, mas podemos dizer que é algo pré-lingüístico”. E acrescentou: “Nós não achamos que esses bebês têm qualquer noção de moral, mas parece ser uma parte essencial da moralidade sentir uma empatia por aqueles que fazem coisas boas e o contrário por aqueles que fazem coisas más – parece ser uma parte importante de um sistema racional e moral que virá depois.”

A Dra., ao que tudo indica, só não quis por o dedo na ferida e nem meter a mão em cumbuca, porque se crianças sem aprendizado diferenciam pessoas boas de pessoas más, conforme suas ações, então isto só pode ser inato.

Quem quiser acreditar que isto anula o papel da educação, fique à vontade. Mas dá para dizer que, entre outras coisas, a educação pode manter e reforçar este, digamos assim, instinto. E, claro, também pode anular. Enfim, o maniqueísmo fica por conta do freguês, a pesquisa só retratou a natureza, mostrando como ela é. O que se faz desse conhecimento é outro papo. Sempre é.

FECHANDO A TORNEIRA

Em breve os planos de saúde cobrirão despesas relativas, segundo nota oficial, a "planejamento familiar", tais como DIU, laqueadura e vasectomia.

Foi um acordo feito entre ANS e os planos. Ninguém sabe dizer exatamente o que cada parte perdeu na negociação.

Taí, gravidez indesejada vai cada vez mais se tornando um simples caso de relaxo e, óbvio, de descaso com a vida humana.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

QUANDO OS PORCOS VOMITAM PÉROLAS

Há quem diga, parodiando ou adequando, vai do gosto do freguês, que de onde menos se espera daí é que não sai nada mesmo. Pois se deu recente caso incrível, que vem a integrar a série “ainda há esperança”. E não é que um dos mais bajulados esquerdistas do mundo jurídico saiu-se com uma intervenção contra um ato de louvor a um ícone da “luta dos oprimidos”. Dona Martaxa sancionou uma lei criando um feriado novo, o do dia da consciência negra, seja lá que diabos isto venha a ser. Pois o dotô Adilson Dallari, dono de um invejável currículo nas fileiras vermelhas (e na academia em geral, a bem da verdade), cravou sem dó nem piedade (e tomara que comece a acreditar no que escreveu):

"Por força da lei Municipal de SP 13.707/04, foi instituído o feriado municipal do 'Dia da Consciência Negra', a ser comemorado todos os dias 20 de novembro. A Lei municipal foi supostamente editada com base no artigo 11 da Lei Federal 605/49, a qual, todavia, somente autorizaria a instituição de um feriado religioso. Assim sendo, é forço concluir que, ao sancionar a Lei, Dona Marta assumiu as funções do Papa e canonizou um novo santo : 'São Zumbi'. A usurpação cometida é problema da igreja católica, mas a violação da Constituição Federal é problema de todos e cada um de nós, que, lamentavelmente, por desencanto ou por medo da pecha de racista, ou de ser integrante 'da zelite', toleramos mais essa pequena inconstitucionalidadezinha e assim seguimos convivendo com corrupçõeszinhas, assaltozinhos, estuprozinhos... acabando por achar tudo isso normal."

Fosse da lavra de Olavo de Carvalho, Reinaldo de Azevedo, Rodrigo Constantino, ou mesmo nascido neste blog, seria coisa do tipo chover no molhado, mas vindo de onde vem é uma brisa nesse deserto. E que continue.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O MITO MAIS PODEROSO DO MUNDO?

A psicóloga Marcela Ortolan envia interessante nota sobre a anedota abaixo dos porcos selvagens:

Gostei muito do texto que vocês enviaram sobre os porcos selvagens. Gostei tanto que gostaria de fazer algumas considerações. O objetivo do texto é fazer uma analogia entre o método usado na captura dos porcos selvagens e como as "agencias de controle" nos "domesticam" de acordo com os seus interesses sem que a gente perceba.

A descrição do procedimento usado na captura dos porcos selvagens é chamado, na psicologia, de processo de modelagem por aproximações sucessivas pelo do uso de reforço positivo. Acho interessante que a descrição deste processo esteja sendo usado como elemento de tomada de consciência, possibilitando que os leitores de tal texto, a partir do momento que conhecem uma forma de "controle", possam escolher qual a melhor forma de agir de acordo com os seus princípios.

Interessante por que uma das criticas mais fortes ao Behaviorismo Radical é o fato de ele tornar claro estes "métodos de controle", afinal a existência destes vai de encontro ao que conhecemos como "livre-arbítrio". Alias, Goethe em 1774 – algumas décadas antes do surgimento do behaviorismo radical - já havia feito uma observação neste sentido no seu conhecido livro "Os sofrimentos do jovem Werther":

"Todos os pedagogos eruditos são unânimes em afirmar que as crianças não sabem por que desejam determinada coisa; mas também os adultos, como as crianças, não andam ao acaso pela terra, e, tanto quanto elas, ignoram de onde vêm ou para onde vão; como elas, agem sem propósito determinado e, igualmente, são governados por biscoitos, bolos e varas de marmelo: eis uma verdade em que ninguém quer acreditar, embora seja óbvia, no meu entender." p. 15, Goethe, Os Sofrimentos do Jovem Werther. (grifo nosso)

Sobre tais criticas a resposta de Skinner era que ignorar o controle não faz com que ele deixe de existir, mas conhecê-lo possibilitaria uma real liberdade: a liberdade de escolher a qual controle gostaríamos de responder e/ou de criarmos nossos próprios controles. Por isso, foi com alegria que li o texto sobre "Como capturar porcos selvagens".
Quanto ao texto gostaria apenas de fazer mais dois apontamentos. Primeiro: esses métodos não são exclusividade de nenhum tipo de governo: capitalistas, comunistas, socialistas, talebãns, PT, PV, PSDB... todos usam o mesmo método, alguns com de forma mais elaborada que outros. Por isso cuidado ao fazer avaliações fechadas quanto isso.

Segundo: esse procedimento é usado para coisas "boas" também. Na verdade, boa parte do que aprendemos é por este métodos. Poderia usar exemplos técnicos para ilustrar isso, mas vou usar a descrição de como formamos laços afetivos de amizade uns com os outros feita por Antonie de Saint-Exupéry no seu livro O Pequeno Príncipe:

"- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! - Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa." (grifo nosso).

A raposa foi se acostumando ao Princezinho assim como os porcos foram acostumando-se com a cerca. A cada dia ele chegava mais perto e ela foi se acostumando com a sua presença e com o tempo pode descobri-lo como agradável, como os porcos descobriram o alimento. Veja: fazer laços não é ruim. Pelo contrário, é algo que "dá sentido a vida" e por falar disso de forma tão simples esse livro fez e faz tanto sucesso.

Pelo mesmo processo de reforçamento positivo e aproximações sucessivas aprendemos quase tudo na vida. A outra opção é por uso de punição, ao qual ninguém gosta de ser submetido.

Obrigada pela atenção
Um abraço
Marcela Ortolan

Bem, o caso é que se trata justamente de se perceber que se trata de um controle. Em política, algo assim só é tolerado apenas e tão somente se os cidadãos consentem expressamente com a coisa. O uso desse mecanismo de modo oculto é sempre uma tirania disfarçada. Que o ambiente nos molde por acaso é uma coisa, que um governo use recurso públicos para condicionar as pessoas a este ou aquele modelo social é coisa bem diversa. Conforme dito, parece que Skinner seria dessa mesma opinião.

Quanto ao pequeno príncipe, parece claro que o mesmo tem um olhar bastante efeminado, pejorativamente falando, da realidade. Afinal, que vantagem Maria leva em se aproximar da raposa? E não foi a mesma raposa, malandramente, quem bem lembrou que "tu te tornas responsavél por tudo que cativas?" Essa ingenuidade principesca é contraproducente ao sobreviver e, para quem por esse caminho se vai, não há elevação espiritual possível sem a sobrevivência corpórea; nem tudo que é bom para o corpo é bom para o espírito, mas tudo o que é mau para o corpo o é também àquele.

NATUREZA DISLÉXICA E DALTÔNICA

Se você é dos que acham que o mundo, o universo, a natureza possuem alguma lógica, aqui vai um fato bem contrário à idéia. Foi reverberada aqui (http://ocontra-ponto.zip.net/arch2007-08-19_2007-08-25.html#2007_08-23_17_11_23-11352788-0) a notícia sobre a pesquisa que encontrara no nariz a explicação para a diferença entre os sexos. Dos fatos escreveu-se o seguinte: Pessoal de Harvard e do Instituto Médico Howard Huges, capitaneados por Catherine Dulac, Jennings Xu e Tali kimchi, descobriram pode ser no nariz que se ache o pivô das diferenças entre os sexos de vertebrados, mais especificamente o órgão vomeronasal, responsável por detectar os feromônios. Pois os pesquisadores descobriram que fêmeas de camundongo, quando nascem sem o órgão, comportam-se como machos, inclusive subindo em outras fêmeas.

A Dra. Catherine ficou particularmente surpresa: “os resultados são surpreendentes. Ninguém imaginava que uma simples mutação poderia induzir fêmeas a se comportar como machos”.

A Dra. Catherine tinha uma hipótese maluca de que se desligasse o dito órgão nos machos, estes passariam a se comportar como fêmeas. Ela levou a coisa adiante e acabou acertando. A natureza realmente não é lógica.

O fato, agora, é que ratinhos com o vomeronasal desligados realmente se comportam como fêmeas. E isto é uma maluquice, sem dúvida. Pense o seguinte: se você fosse montar um robô que repetisse o crescimento humano, desde antes da definição de sexos, colocaria um, digamos, programa que acionasse caracteres femininos ou masculinos conforme uma dada situação. Até aí, é o normal da coisa: se ocorrer X, então o robô se tornaria mulher, não ocorrendo, manter-se-ia homem (ou inverso, tanto faz). Mas para que dois programas? É o que a natureza fez, aparentemente, com os ratinhos. As fêmeas nascem com um botão “macho” desligado e os machos com um botão “fêmea” desligado. Considerando que a natureza, através de erros e tentativas, sempre acaba, por assim dizer, optando pela via menos custosa, afinal especialmente entre seres vivos, energia é algo realmente caro, esta mistura é um desperdício de material (e da energia usada na sua confecção), posto que é simplesmente inútil um gene com a mesma função, mas sinal trocado, em machos e fêmeas, algo como uma variável com mesmo sinal em ambos os lados de uma equação qualquer (porque se anulam são inúteis).

Mas...alguém pode dizer que talvez haja uma explicação: talvez o comportamento tenha muito pouco a ver com o corpo (o que também seria uma violação à lei do menor esforço reinante na natureza, em se tratando de produto acabado) e machos e fêmeas passem a se comportar como tal à medida em que identifiquem e, principalmente, se diferenciem do sexo oposto e, assim, um ratinho que não consegue identificar as fêmeas acaba se comportando como uma. O problema é que assim sendo não há razão alguma para que machos se comportem como fêmeas e estas como aqueles, porque o normal seria que ambos se comportassem de um só modo ao não identificar o sexo oposto. Esta hipótese, ainda mais maluca, traz uma questão pertinente: os comportamentos sexuais independem dos corpos? Se a resposta for positiva, é bem razoável assim pensar, então o homossexualismo ganharia mais uma base científica. Claro, sempre haveria o velho problema de se confrontar a moral vigente com a ciência, um erro crasso que vem se repetindo ad nauseam por esses dias.

Uma pesquisa dessas, em que pesem as ressalvas de sua pouco ou improvável aplicação a humanos, vem em reforço à idéia bem new age de que todo homem tem um pouco de mulher e vice-versa. Coisa clara e completamente inútil sob qualquer ponto de vista, posto que as relações entre ambos não precisam de tamanhas imbricações científicas para tomarem este ou aquele rumo. Mais uma vez: ciência não é para se opor à moral, é para melhor descrever o mundo natural. Com este conhecimento podemos, conforme seja mais ou menos razoável, alterar nossa moral.

Seja como for, taí o braço bem torcidinho. Mas que a hipótese da Dra. Catherine era maluquice, lá isso era.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CONTRA A MARÉ, TODO SOPRO É BEM VINDO

Longe de serem grandes filmes, mesmo para padrões Hollywoodianos atuais, vale a pena dar uma olhada em dois filmes nem tão recentes, que, de bom mesmo só tem a presença de dois medalhões em boa forma. É que ambos são inéditos em expor vertentes contra a corrente atual do politicamente correto. Já é o suficiente a pagar o ingresso e a pipoca.

Um é o Mercador de Pedras, que defende cruamente a existência de uma guerra de civilizações, assunto nem sequer ventilado na cultura Timeseana atual; no elenco, Harvey Keittel, como um vendedor de pedras raras conquistador do mulherio, uma bizarrice que já paga o ingresso. O vendedor é um muçulmano integrante de uma célula terrorista, que vem a conhecer a esposa de um jornalista paranóico, mutilado das pernas num atentado. Deixa claro, e pode ser dito sem estragar o final, que os terroristas não querem algum espaço no mundo, querem é por abaixo a civilização ocidental. Fala claramente da versão wahabita do islã e da sua predominância na política do oriente médio, inclusive na Arábia Saudita, até hoje considerada aliada dos EUA.

O outro é Os Invasores, no qual se expõe exatamente o que vem a ser um mundo coletivista e em que as pessoas deixam seus interesses e emoções de lado em prol de um bem comum, outro tabu atacado de frente, já que impera para todo canto a idéia de que devemos agir na base do altruísmo; conta com Daniel Craig, o atual 007, num papel inócuo e numa atuação bem aquém e com a sempre e cada vez mais bela Nicole Kidman, numa boa atuação, pela falta de maneirismos, como a psiquiatra que encarna o lado ruim da humanidade, ou seja, aquele em que cada um cuida de si e procura não atrapalhar os demais e só. Um vírus alienígena começa a transformar as pessoas em seres insensíveis, que só fazem, digamos assim, o que é bom para todos, deixando de pensar e agir individualmente, posto que não possuem mais emoções, logo não são mais egoístas, ranzinzas, etc. Conforme se espalha, guerras vão se acabando, a violência diminui. Só que ninguém deseja mais nada, exceto servir à uma missão não muito bem esclarecida. No final, também sem estragar surpresa nenhuma, uma repórter pergunta a um cientista se de fato o vírus era carta fora do baralho, o qual responde apenas: você tem lido os jornais? O mais corajoso do filme é dizer que um mundo ideal só é possível se abdicarmos de nossa humanidade.

É de se dizer, mais uma vez, e que venham outras, que nem tudo está perdido, afinal. Parece.

GRACINHAS VANGUARDISTAS (HÁ QUEM CHAME DE LITERATURA)

(Modernamente):

Porra, conto erótico é um saco.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

ACASO FÚTIL

Jogos de internet, trata-se de uma espécie de corrente para criar um piada sem fim, algo do tipo “complete a frase”. Tempos modernos, guerra pela audiência, uma incrível e inenarrável falta de tempo e mais uma tantada de outras coisas levam a equipe deste fixado rotativo a aderir a um. Autoria desconhecida, o que realmente pouco importa.

Consiste este em pegar o mais próximo livro, abrir na página 161 e escolher a quinta frase completa ali constante. Repete-se no blog e indica-se em blog alheio. Fácil assim.
Vindos de lados opostos, dois livros disputaram a categoria e não havendo modo razoável de resolver a pendenga, perderam os dois. Deu o seguinte:

1) Mas serão retroativas, por serem atinentes a direitos pessoais puros e a direitos pessoais patrimoniais (os de crédito e os obrigacionais), as constantes, por exemplo, nos arts. 1565 a 1570, 1642, 1643 a 1652. (Curso de direito civil, volume V, Maria Helena Diniz)

2)Além disso, encontrando uma base evolucionária para o altruísmo, a sociobiologia mostra que o senso de justiça tem raízes profundas na mente das pessoas e não precisa contrariar nossa natureza orgânica. (Tábula Rasa, Steve Pinker)
E não é que até por acaso se encontra algo para bater nos nossos amados intelequituáiz?

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

GRADES DE MIGALHAS

Mais uma anedota:


Havia um professor de química em um grande colégio com alunos de intercâmbio em sua turma. Um dia, enquanto a turma estava no laboratório, o professor notou um jovem do intercâmbio que continuamente coçava as costas e se esticava como se elas doessem.
O professor perguntou ao jovem qual era o problema. O aluno respondeu que tinha uma bala alojada nas costas pois tinha sido alvejado enquanto lutava contra os comunistas de seu país nativo que estavam tentando derrubar seu governo e instalar um novo regime, um "outro mundo possível".
No meio da sua história ele olhou para o professor e fez uma estranha pergunta: "O senhor sabe como se capturam porcos selvagens?"
O professor achou que se tratava de uma piada e esperava uma resposta engraçada. O jovem disse que não era piada.
"Você captura porcos selvagens encontrando um lugar adequado na floresta e colocando algum milho no chão. Os porcos vêm todos os dias comer o milho gratuito. Quando eles se acostumam a vir todos os dias, você coloca uma cerca mas só em um lado do lugar em que eles se acostumaram a vir. Quando eles se acostumam com a cerca, ele voltam a comer o milho e você coloca um outro lado da cerca. Mais uma vez eles se acostumam e voltam a comer. Você continua desse jeito até colocar os quatro lados da cerca em volta deles com uma porta no último lado. Os porcos que já se acostumaram ao milho fácil e às cercas, começam a vir sozinhos pela entrada. Você então fecha a porteira e captura o grupo todo."
Assim, em um segundo, os porcos perdem sua liberdade. Eles ficam correndo e dando voltas dentro da cerca, mas já foram pegos. Logo, voltam a comer o milho fácil e gratuito. Eles ficarão tão acostumados a ele que esquecerão como caçar na floresta, por si próprios, o seu alimento, e por isso aceitam a servidão." O jovem então disse ao professor que era exatamente isso que ele via acontecer neste país. O governo ficava empurrando-os para o comunismo e o socialismo e espalhando o milho gratuito na forma de programas de auxílio de renda, bolsas isso e aquilo, impostos variados, estatutos de "proteção", cotas para estes e aqueles, subsídio para todo tipo de coisa, pagamentos para não plantar, programas de "bem-estar social", medicina e medicamentos "gratuitos", sempre e sempre novas leis, etc, tudo ao custo da perda contínua das liberdades, migalha a migalha. Devemos sempre lembrar que "Não existe esse negócio de almoço grátis" e também que "não é possível alguém prestar um serviço mais barato do que seria se você mesmo o fizesse".

ESMIUÇANDO

Capitalismo é o bônus do ônus.
Bônus sem ônus é corrupção.
Ônus sem bônus é ditadura.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A RAÇÃO DA TARTARUGA

Discutam os çábios jurídikos o quanto quiserem, mas a razão pela tradicional e já absurda demora na “prestação jurisdicional” (em português usual: trabalhar) é bem simples: falta trabalho e sobra burocracia. Não são os recursos que emperram o processo, é juiz jogando tênis em horário de trabalho, é o excesso de carimbos e carimbadores, de assinaturas, de bobagens mil, cada vez mais anacrônicas.

Veja-se, por exemplo, o caso do Fórum de Ribeirão Preto. Segundo o ilustríssimo e excelentíssimo doutor senhor diretor do mesmo, há tantos insetos por ali que se faz urgente a dedetização do prédio. Agindo com o rigor que se espera de um membro do judiciário, não titubeou e contratou o serviço, agendado para o dia 16 de novembro, exatamente entre a quinta 15, feriado, e o sábado 17. Simples assim.

A EMPOLATRIA ASININA

Copiando estilo alheio, trago a anedota abaixo e “depois volto”.

Um gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:

“Seo Gomis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma asprovidenssa. Abrasso, Nirso”

Aproximadamente uma hora depois, o gerente Gomes recebeu outro fax...

“Seo Gomis, os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo que mandá treis mil pessa. Amanhã tô xegando. Abraço, Nirso”

No dia seguinte...

“Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deis mil em Beraba. To indo pra Brazilha. Abrasso, Nirso”

No outro dia...

“Seo Gomis, Brazilha fexo 20 mil. Vo pra Frolinopolis e de lá pra Sum Paulo no vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso”

E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor semi-analfabeto

O presidente, homem muito preocupado com o desenvolvimento da empresa e com a cultura dos funcionários, escutou atentamente o gerente e disse:

Deixe as mensagens comigo. Vou ler e tomar as providências necessárias.

E tomou... Redigiu de próprio punho o seguinte aviso, para ser afixado no mural da empresa, ao lado das mensagens de fax do vendedor Nirso:

“A parti de oje nóis tudo vamo fazê feito o Nirso. Si preocupá menos em iscrevê serto, modo vendê maiz. Acinado, O Prizidenti”

Nossos invejáveis intelequituais são como o Seo Gomi, ainda que defendam o “direito” de cada um falar do jeito que bem entende, mas só, claro, quando se trata de falar contrariamente à gramática universal. É que por mais que digam que cada qual tem seu próprio modo de comunicar, no mérito, são exatamente como o gerente acima, cheios de fru-frus, mas substância mesma que é bom, necas. E dá-lhe discurso politicamente correto, com empolações e plumagens mil, mas conteúdo praticamente nenhum, quando muito. Usam e abusam da obscuridade, dos termos herméticos, das citações, do uso descontextualizado de informações científicas, mas ao fim tem-se o de sempre: pajelança, ritualismos e, claro, a idolatria desmedida pela ditadura “esclarecida”. No frigir dos ovos, em miúdos, no português claro, quase sempre é disto que se trata com estes nossos amantes do poder. Não se deixe enganar, por mais que defendam o modo Mano Brown de ser e falar, eles não são um Nirso, não vendem, não produzem, não comunicam, eles são só mais um Seo Gomi, preocupados em discutir tudo e fazer nada.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

KIERKGAARDIANAS - OU, RIDUM EST

Como já foi dito aqui, noutra oportunidade, é atribuído a Kierkgaard o seguinte; um homem que não ri de si mesmo não merece ser levado a sério. Nessa esteira, convém reverberar esse texto sobre blogs, contribuindo ao final com um auto-sarcasmo.

A GALINHA ATRAVESSOU A RUA

Sim, atravessou. Foi de uma calçada até a outra e chegou sã e salva. Ponto final. Mas como é que alguns colunistas e blogueiros noticiariam tal fato?

A ver:

Emir Sader
O neoliberalismo e a imprensa golpista fizeram com que a galinha se exilasse no outro lado da rua. Estamos encaminhando um abaixo-assinado para evitar que isso se repita e protestar contra essa direita pavorosa que suprime os direitos dos galináceos.

Reinaldo Azevedo
Deu na Folha, volto depois: "Galinha Atravessou a Rua - Uma galinha foi de uma calçada para a outra, chegando sã e salva".
Voltei
Viram só? É mais um petralha fugindo! Eles só sabem fazer isso! Fugiu, amarelou! Foi para o outro lado da rua!

Mino Carta
Lembro com certa nostalgia quando nos sentamos, para uma conversa amigável, o cônsul-geral da Itália em São Paulo, o então correspondente internacional do Le Monde, eu… e a galinha! Ela lá estava, sempre quieta, sempre a beber moderadamente seu Blue Label. Num dia, falaram sobre atravessar a rua. E me lembro bem da conversa, pois tenho comigo minha memória, e sem dúvida é esta a maior riqueza dos justos. Pois então:a galinha, até então sempre quieta e reservada, naquele dia achou de dizer que jamais faria isso. Gritou, e eu lembro, que jamais atravessaria a rua. Coisas da vida.

Olavo de Carvalho
A travessia da galinha é pura manobra baseada nos princípios gramscianos em que se funda a atual corja comunista do Brasil. Tentam, com isso, desviar nossa atenção, fingindo que tal fato é uma notícia. Ao mesmo tempo, obviamente, estão aí, a olhos vistos e em plena luz do dia, cumprindo com todos os protocolos estabelecidos pelo Foro de São Paulo.

Paulo Henrique Amorim
A galinha foi chutada pelo Governador Eleito José Serra
- E a mando da Rede Globo
- Ou então foi Serra que mandou a Globo chutá-la.
- Ou então a galinha fugiu de ambos, que seguramente a chutariam.
- Ou então os dois são a galinha, e fugiram provavelmente com medo.
- Bom, sei lá. O que quer que tenha havido, é culpa do Serra e da Globo.

Diogo Mainardi
A galinha foge de Lula. A galinha não agüenta Lula. A galinha não quer mais ouvir falar de Lula. A galinha até votou em Lula, mas se arrependeu. A galinha vaiou Lula, mas tem medo de confessar. Querem que sejamos galinhas. Enquanto isso, ouve-se do Planalto: Cocoricó! Cocoricó! Cocoricó!

Luis Nassif
Tenho aqui (ver em pdf) o estudo realizado por cinco cientistas de Omsk intitulado "Travessia de Galinhas". Sobre isso, inclusive, falei na semana passada (ver aba "Galinha Atravessando a Rua"). O leitor Parmênides trouxe impressionante contribuição que transcrevo a seguir, com gráficos e tabelas. É um trabalho interessante, de fato. E aguardo, para amanhã, uma dissertação de mestrado que joga um pouco mais de luz sobre essa questão.

Josias de Souza
A Galinha Foi a Pé
(algum gif animado bem sem graça, como uma galinha pulando, ou caminhando infinitamente, ou algo do gênero)
Em tempos de caos aéreo, as galinhas precavidas fogem dos aeroportos e preferem atravessar a rua caminhando.

Qualquer Blog de Direitista Truculento
Acabou-se a moral! É hora de se tomar de volta o poder deste país, para restabelecer a ordem! Quem terá coragem de fechar esse Congresso?

Qualquer Blog de Esquerdista que Baba
A culpa é do PFL e do PSDB e do capitalismo e do neoliberalismo e das multinacionais e dos transgênicos e do aquecimento global e da globalização e da Globo e da mídia golpista e do açlskjdfaçlskdjfaçdkfj…

Ricardo Noblat
O deputado Hermenegildo Cloaquinha, membro da "CPI da Galinha", informou por telefone que a galinha é na verdade um pato. E não atravessou a rua, mas sim um rio.
(meia hora depois)
O deputado voltou atrás, negando que dissera aquilo tudo. Então, prevalece a versão de que foi uma galinha que atrevessou a rua.

E, neste amado, invejado e idolatrado blog seria assim:
Há coisas e coisas e convém separá-las e assim mantê-las. Do acontecido mais falado destes tempos, a travessia da galinha, nossos amados inteliquituais asseveram que é por pressão da sociedade consumista. É fato que a galinha realmente atravessou a rua em direção a uma loja, saída que vinha duma agência bancária. Os dotôs, contudo, não informam, porque não sabem ou porque não querem, que a tal loja era de aparelhos ortopédicos, precisada que estava de uma bota do tipo. Também não dizem que ela tentou conseguir o tal sapato especial no SUS, mas não conseguiu e ainda bateu às portas do judiciário em busca de uma liminar, o qual, depois de ministros das altas cortes ganharem umas viagens pagas pelo ministério da saúde, começou a mudar seu entendimento a respeito da obrigação do estado fornecer remédios e similares a todos quantos precisem, dizendo agora que obrigar a cumprir sua obrigação provocará a quebra do mesmo, como se não houvesse dinheiro suficiente sendo tungado da população economicamente ativa. Tampouco lembram que o tal empréstimo conseguido no banco só foi possível porque ela hipotecou sua chácara, comprada com o suor de anos de trabalho. Para variar, nossos çábius confundem os fatos com as versões, criadas por eles mesmo, coisa que muita gente chama de devaneio, outros, conforme o contexto, de paranóia.

domingo, 21 de outubro de 2007

PRI

Do Millor:

I Agora o senhor aprendeu, doutor Renan Calheiros: "Amigos, amigos, amizades à parte".

II E que vão para o inferno os burocratas (uma praga indestrutível e inevitável, e insubstituível, desde que o pré-homem inventou a civilização) que, mais uma vez, jogam em cima de mim esse maldito "horário de verão". Com o qual mexem no meu dia-a-dia e invadem meu metabolismo. Repito, e não repito mais: só respeito um Verão, a Vera (Fischer).

III Sempre que vejo a campanha e a arrecadação gigantescas do Criança Esperança, me vem logo o pensamento: "Vai faltar criança".

IV Toma nota aí, pessoal – todo mundo saiu do armário. Os jornais contam que havia aproximadamente 2 milhões de pessoas na parada gay, em Copacabana. Afetado, digo pro meu amigo Rebelo: "Bróder, diante desses números, não há como negar: um de nós dois é".

V Este ano o Brasil atingiu o recorde anual de vendas de automóveis: 2 milhões de veículos. E eles comemoram!

VI Pela segurança, entusiasmo e capacidade de convencer a patuléia, inteleqtuais incluídos, de qualquer absurdo de que nem ele mesmo sabe do que se trata, desconfio muito que Lula andou lendo Mein Kampf. Vai ver que até em alemão. Só que Hitler era muito mais culto. Mais safo. E com inimigos mais definidos.

VII Ninguém diz que é de direita, essa posição maldita. E de esquerda, essa posição sacrossanta, é quem diz que é.

VIII Fenômeno internacional – verifiquem em qualquer língua –, querem dizer década e escrevem milênio. Exemplos: "na década de 1970", "na década de 1830", "na década de 1710". Pô, pessoal de todas as línguas, década se refere a 10 anos, não a século, muito menos a milênio. O certo, compreensível, é escrever: "Na década de 70, na década de 20, na década de 50". Olhem, coleguinhas intelequituais, arranjem maneira de deixar claro a que década estão se referindo. Não joguem o problema em cima do leitor, que já está fazendo o sacrifício de ler vocês.
em cima do leitor, que já está fazendo o sacrifício de ler vocês.

IX Ainda vale citar Lenine: "O que é um assalto a um banco diante de um banco?". Ou é melhor melhorar Lenine?: "O que é um assalto a um banco quando os bancos nos assaltam por meio de tarifas, tarifas, tarifas e registros contábeis misteriosos, até indecifráveis?". Sem que os banqueiros se arrisquem. Nos assaltam em casa. Sem sair de casa. Leio que nas obras do Metrô de São Paulo um dos lados da abertura não se encontrou com o do lado oposto. Os construtores se justificaram: adotaram a estratégia chinesa de construção, no tempo em que a China ainda não era um país capitalista. Como lá havia pouca engenharia e muita mão-de-obra, eles colocavam 1 000 trabalhadores num lado da montanha e 1 000 do outro lado. Se se encontrassem, faziam um túnel. Se não se encontrassem, faziam dois.

X Leio que nas obras do Metrô de São Paulo um dos lados da abertura não se encontrou com o do lado oposto. Os construtores se justificaram: adotaram a estratégia chinesa de construção, no tempo em que a China ainda não era um país capitalista. Como lá havia pouca engenharia e muita mão-de-obra, eles colocavam 1 000 trabalhadores num lado da montanha e 1 000 do outro lado. Se se encontrassem, faziam um túnel. Se não se encontrassem, faziam dois.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

GAGAÍSMO GENIÁTRICO

A inveja é uma merda, certo. E é pecado, certo também. Mas que temos, temos. E é razoável, de certa forma, que a tenhamos, afinal, nos serve de impulso muitas vezes. Por que não invejar Ghandi ou Pelé que seja? Sabedoria e talento não exatamente males a serem evitados. Por exemplo, alguém pode invejar pessoas que, de algum modo, fazem do mundo um lugar um pouco diferente, marcam presença na história. Claro, convém saber da história toda, para não se meter a defender bandidos, como Rimbaud, o poeta traficante de mulheres. Digamos os doutores James Watson e Francis Crick, que acabaram por, digamos assim, inventar a genética, cujas contribuições, para o bem e para o mal já mudaram a cara do mundo, descobridores do DNA, RNA e da estrutura helicoidal do primeiro, a famosa dupla-hélice. Como muitos outro gênios da ciência, alternam teorias fantásticas com bobagens homéricas, como a recentemente deflagrada, a de que negros são menos inteligentes do que brancos porque é uma obviedade que seres geograficamente distantes não podem ter a mesma evolução. Humanos, erram mais que acertam, perdoa-se, mas é de se registrar a besteira.

A tese, que será parte de um livro de lançamento em breve, já foi defendida por outros dois picaretas, autores do livro “A curva do sino”, em que pretendiam provar de uma vez por todas que negros são inferiores a brancos. A pesquisa mostrou-se fraudulenta e o livro caiu no esquecimento. Watson chega a dizer que o fato de querermos que a humanidade seja igual não fará com que efetivamente seja. Tem toda razão o doutor, mas não há fato algum que evidencie que seres de uma mesma espécie possam ter diferenças significativas num curto período de tempo, bio-geologicamente falando, por mais que grupos se desenvolvam em distancias razoáveis. Fosse assim, grosso modo, os cães da África miariam.

O problema todo começa, claro, no conceito de inteligência. O mais sintético, e, por isto mesmo, menos controverso, conceito de inteligência dá conta de que esta é a capacidade de adequar os meios aos fins. Difícil imaginar que negros não sejam igualmente capazes a brancos na hora de decidir qual ferramenta usar para fixar uma tábua na parede, se uma chave de boca ou um martelo. É bom lembrar que, embora nos seja uma nota deveras distintiva, a inteligência, não é um fator determinante na sobrevivência de uma espécie. Mesmo ampliando-se o conceito, temos que alterações do potencial cognitivo levam centenas de milhares de anos, ou mais, bem mais do que o tempo em que grupos humanos se espalharam mundo afora.

A ciência atual não fornece nenhuma evidência de que haja diferenças genéticas a produzir significativas diferenças cognitivas entre dois homens. Antes pelo contrário.

Não é de hoje que o doutor Watson diz coisas polêmicas, ele já atirou contra as mulheres e a favor da melhoria genética da espécie humana, um upgrade da eugenia nazista. Pode ser que o faça para causar polêmica mesmo, para atrair mais interessados nos seus projetos. Um deles, o mapeamento genético humano, já se exauriu e talvez ele esteja buscando novas fontes de recursos. Infelizmente, também a ciência precisa de marketing para se manter e, neste sentido, falem mal mas falem de mim é uma máxima poderosa.

Convém lembrar que nem tudo que um cientista diz é científico. Esta aí a prova.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

2+2=2+1

É uma atrás da outra com esses nossos intelequituáiz. Um doutorzão, adevogado, constitussionalizta, dotô Alexandre de Moraes, defende o projeto dos chips da prefeitura paulistana. Ele diz hoje na FSP que o povo pode ficar tranqüilo, que não há chance de os bandidos obterem acesso aos dados recolhidos pela prefeitura porque, textualmente, “serão absolutamente sigilosos, sem nenhuma utilização fora das hipóteses legais, como já ocorre em outras metrópoles, como Londres (Inglaterra) ". É gentileza o MEC cassar o diploma dos asnos que ensinaram esse dotô (ruim é a parteira...), pois ele não sabe que bandidos são bandidos porque não respeitam a lei.

O pior é que o camarada escreve livros para estudantes de direito. O futuro se torna cada vez mais sombrio.

sábado, 13 de outubro de 2007

SALÁRIO-CRIME

É realmente fácil falar mal de um governo. Por isto mesmo, chega a ser um dever cívico. Vá lá que com isto aqui e ali acabe se falando de coisa nem tão importantes assim. Há casos, porém, em que os governos facilitam ainda mais a coisa. No Brasil, todos eles têm ajudado bastante a fundamentar a máxima guevariana: se há governo, sou contra. Pois o governo do Operário Supremo deu a maior contribuição jamais vista para a coisa. Esqueça qualquer outra crítica já feita ao mandarinato petista, elas chegam a ser café pequeno perto do que foi feito essa semana: com o lançamento do programa de estímulo ao abandono de crianças, Lula entra para a história como o presidente de menor apreço pela vida humana e pelo trabalho honesto.

O programa de estímulo ao abandono de crianças é chamado pelo governo petista de Programa Social Criança e Adolescente. Até o ano 2.010 o PT pretende gastar quase 3 bilhões de reais ajudando, preste bastante atenção agora, ajudando famílias que tenham abandonado suas próprias crianças. Para cada criança retomada de uma instituição qualquer, a família receberá R$ 1.500,00. Esmiuçando bem: a família Monstro larga a criança na rua, uma instituição qualquer a recolhe, Lula acena com a grana fácil, a família Monstro vai lá na instituição, pega a criança, recebe a grana, gasta e joga a pequena na rua de novo. Lula está pagando por cada criança abandonada neste país. É um prêmio para o crime de abandono (artigo 134 do Código Penal), mas o que é uma lei diante da necessidade de se comprar votos?

É desumana a idéia. Não há um só ser humano normal que abandone crianças e não há desculpas financeiras para isto, sabe-o bem qualquer humano de inteligência próxima da normal. Aliás, até animais as adotam, há diversas histórias e anedotas de cães, gatos e até cavalos que atacam pais que maltratam crianças. Mesmo entre marginais crianças são sagradas. Abandono de criança é simplesmente o cúmulo da baixeza moral. Esse governo maldito está incentivando o que há de pior nas pessoas.

A coisa é muito simples: não se deve premiar ou remediar mazelas morais, deve-se premiar o trabalho, apenas isto. Aliás, provavelmente a única coisa mais ou menos (bem mais para menos) razoável em toda a ideologia de esquerda é a supremacia do trabalho, mas, claro, na prática, vemos exatamente o inverso. Governos de esquerda não premiam o trabalho, não o valorizam, pelo contrário, fazem pouco dele ao ajudar quem não trabalha. Desonere a folha de pagamentos e veja a explosão de empregos subsequente. Curiosamente, não foi um esquerdista quem melhor formulou a importância do trabalho, foi o Satanás, foi Adam Smith quem disse com todas as letras: a fonte de toda riqueza é o trabalho.

Esse dinheiro seria bem melhor utilizado em outras áreas "sociais", saúde, por exemplo. Enquanto tem nego morrendo por falta de médico nos hospitais do nordeste, Lula acha bacana dar dinheiro para quem abandonou seus filhos. Essa gente tem que ir prá cadeia, isso sim.

Claro, claro, o bom mesmo seria estimular seriamente a economia, montando uma boa infra-estrutura, para que cada um pudesse pagar seu próprio médico. Mas nem vamos tão longe, vamos ficar com o rasteiro mesmo, R$ 1.500,00 é o que muito médico ganha por aí no SUS. Ou seja, para cada família lazarenta abonada pelo crime cometido, se poderia contratar mais um doutor para ajudar os doentes pobres. Lula está tirando dos enfermos para dar aos infames. Simples assim.

E por que ele teria feito esse absurdo? Pode ser, digamos assim, apenas para aumentar o contingente de agraciados, ou seja, compra de votos, ou pode ser coisa pior, por exemplo atacar a sacralidade das crianças e da vida humana em geral, para ficar mais fácil a implantação de sistemas desumanos de governo, como aqueles socialistas da história recente. Por exemplo, outro dia um filósofo brasileiro assumidamente de esquerda disse com todas as letras que a pedofilia não é exatamente um mal. Conjecturas, verdade, mas o fato está aí.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

É FRESQUINHO...VENDE MAIS?

Nem tão light, mas tentando manter o clima de véspera de feriado, vale lembrar do livro/filme Infidelidade: a música pop é triste porque as pessoas são tristes ou as pessoas são tristes por causa da música pop?

Os filmes Romeu e Julieta, aquele do Di Caprio, e Mouling Rouge contaram histórias cujos diálogos se davam por meio de trechos ou músicas pop inteiras.

Uma história qualquer poderia ser tirada dos versos abaixo. Ganha um tostines quem souber as músicas de onde saíram.



Incendeiem a discoteca
Enforquem o bendito DJ
Porque a música que eles tocam constantemente
Não diz nada sobre a minha vida!



E se você olha, você olha através de mim
E quando você fala, é de mim
E quando eu te toco você não sente nada
Se eu pudesse ficar..... então a noite a deixaria
Fique, e o dia manteria a sua confiança
Fique, e a noite seria o bastante



Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você
Quem inventou o amor?



Capitão América agora esta de volta
Agora ele é só um corno com o coração partido
Ele disse: me vire e me leve de volta pro começo



Eu odeio olhar naqueles olhos
E ver um traço de dor
Seus cabelos me lembram um lugar quente e seguro
Onde quando eu era criança eu me escondia



Cante comigo, cante pelos anos,
Canta pelo riso e cante pelas lágrimas,
Cante comigo, se for apenas por hoje,
Talvez amanhã o bom senhor o levará.



Não vou olhar pra trás
A saudade está morta
E já não me importa
Está longe demais

SAPIENTIA LUX

Véspera de feriado. Light é melhor, não? É atribuído a Sêneca o seguinte dito: o riso é o castigo dos costumes. E de Kierkgaard temos o seguinte: um homem que não ri de si mesmo não merece ser levado a sério. Direitos autorais à parte, é vero. Abaixo, piadinha antiga da net.

Para trocar uma lâmpada, quantas pessoas são necessárias?
Depende do tipo de pessoa:

Gays
Seis: um para trocar e cinco para ficar gritando: Linda! Poderosa! Maravilhosa! Divina! tuuudo!

Peruas
Duas: uma chama o eletricista e a outra prepara os drinques.

Psicólogos
Apenas um, mas a lâmpada PRECISA QUERER ser trocada.

Loiras
Cinco: uma para segurar a lâmpada e outras quatro para girarem acadeira.

Consultores
Dois... Um sempre abandona o trabalho no meio do projeto.

Bêbados
Um, só pra segurar a lâmpada, enquanto o teto vai rodando.

Ativistas Gays
Nenhum. A lâmpada não precisa mudar para ser aceita pela sociedade..

Cantores sertanejos
Dois: um troca a lâmpada e o outro escreve uma canção sobre o amor da mulher que a lâmpada iluminou. Amor com outro, claro...

Machões
Nenhum: macho não tem medo de escuro.

Patricinhas
Duas: uma pra segurar a Coca light e outra pra chamar o papai.

Argentinos
Um só: ele segura a lâmpada e o mundo gira ao seu redor.

Mulher com TPM (essa é a melhor de todas) Só ela! Sozinha!! Porque ninguém, dentro desta casa sabe como trocar uma lâmpada! É um bando de IMPRESTÁVEIS!!! Eles nem percebem que a lâmpada queimou! Eles podem ficar em casa no escuro por três dias antes de notar que a bosta da lâmpada queimou! E quando eles notarem, vão passar mais cinco dias esperando que EU troque a lâmpada, porque eles acham que eu sou a ESCRAVA deles!!! E quando eles se derem conta de que eu não vou trocar a lâmpada, eles ainda vão ficar mais dois dias no escuro porque não sabem que as lâmpadas novas ficam dentro da merda da dispensa! E se, por algum milagre eles encontrarem as lâmpadas novas, vão arrastar a poltrona da sala até o lugar onde está a lâmpada queimada e vão arranhar o piso todo, porque são INCAPAZES de saber onde a escada fica guardada! É inútil esperar que eles troquem a lâmpada, então sou eu mesmo quem vai trocá-la! E como eu sou uma mulher independente, vou lá e troco! E SOME DA MINHA FRENTE!!!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

MAIS UM BIG BROTHER

A idéia de implantar chips nos veículos paulistanos é antiga e já fora aventada pela petista Marta Suplicy. Mais uma prova de que PSDB e PT são uma lesma lerda. O que interessa, porém, é a velha sanha esquerdista de controlar o destino de cada um. Na Austrália, faz já um tempo, o povo rejeitou a singela idéia de o governo estabelecer um único número de identificação para os cidadãos, um RG federal, por assim dizer. A terra dos cangurus, lembremos, foi colonizada pelos ingleses, povo de Locke e Churchill. Por aqui, sob as mais variadas desculpas, a privacidade e as idas e vindas dos cidadãos são cada vez mais monitoradas. Ainda falta muito para o inferno descrito por Orwell, mas não é por falta de vontade de nossos governantes.

Pior, sempre é pior. Em São Paulo é possível comprar nos camelôs cd´s com dados do serasa, da polícia, do fisco, etc. Agora imagine um chip que grava todas as suas andanças pela cidade, horários, lugares, etc. Imagine todas estas informações nas mãos dos nossos incomparáveis burocratas. Dali uma semana tudo que é marginal da cidade saberá o que você anda fazendo por aí e, óbvio, qual o melhor horário para visitar sua casa.

Um chip no veículo não é idéia má em si mesma, mas a coleta de tantas informações é absurda. Que fosse usado só para saber o básico relativo ao trânsito já estaria de bom tamanho e seria tolerável. Mas é claro que a esquerda não perderia a oportunidade de aumentar a vigilância sobre os cidadãos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

BREGA, MAS MACHO

Para quem anda cansado daqueles pps melosos, aquele tormento de musiquinhas estridentes e anjinhos demoníacos, textinhos de auto-ajuda, aqui vai um meio diferente, mas igualmente "edificante":

http://rapidshare.com/files/60500506/Livre.pps (download)
http://www.slideshare.net/jjohnconstantine (web)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

CORAÇÃO DE MÃE COM SINAL INVERTIDO

Carlos Cony já disse que até há quem goste de jiló, mas até hoje ninguém jamais gostou de pagar imposto. É a exceção à regra rodiguiana da unanimidade burra. A carga tributária brasileira é mastodôntica, claro, mas daí a ser contra a prorrogação da CPMF vai muita coisa. Qualquer redução no fardo de mel que carregamos (a alfafa fica conosco, claro) é bem vinda. Mas a atual campanha anti-prorrogação do imposto do cheque é pura manipulação sentimental promovida pela indústria da sonegação (empresários, contadores, advogados, vendedores de títulos, etc), porque este detesta tal tributo em razão unicamente do seu tremendo poder fiscalizatório. Se, numa barganha, o governo propusesse manter a CPMF em troca de redução da COFINS ou do IR não haveria campanha alguma. Não se iluda, essa é uma guerra de gangues, com uma delas cooptando inocentes para usar como bucha de canhão, povo que em revoluções e contra-revoluções é conhecido como idiotas úteis.

SÃO BROXAS, MAS TÊM RECEITA PRA VIAGRA

Foi por safadeza, nada mais, mas a não conversão em lei da medida provisória que criou a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, aquela do Mangabeira Unger, aquele que xingava o Operário Supremo até outro dia, é coisa que mostra a importância do legislativo e da democracia: quando se quer, os freios funcionam. A jogada do PMDB, para mostrar força e, como disse um outro, forçar o governo a “compartilhar a gestão’ dos programas tem motivos notavelmente pequenos, mesquinhos, mas, mesmo sem querer, produziu um gesto fantástico, tanto que o presidente foi obrigado a sair-se com essa: “faz parte do jogo democrático”. Certíssimo, faz mesmo. Quem dera aconteça mais vezes doravante, mas claro, isto são devaneios de sexta feira.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

NÃO JOGUE FORA O OVO PODRE

Pioneirismo brazuca. A Bolsa Mercantil e de Futuros realizou o primeiro leilão de créditos de carbono do mundo. Por conta da captura e uso de pouco mais de 800 mil toneladas de metano, provenientes dum lixão, a prefeitura de São Paulo e a empresa Biogás Energia vão dividir uma bolada de R$ 34 milhões, oriundos de leilão vencido pelo banco holandês Fortis Bank NV/AS, que pagou coisa de 16 euros por crédito R$ 2,6), equivalente a uma tonelada de carbono. Com isto, além de dar uma destinação economicamente vantajosa para o metano do lixo, incentiva-se fortemente o uso racional das fontes energéticas. É o conceito do poluidor-pagador em ação, para desespero dos ambientalistas mais xiitas.

Aceito, depois de muito custo, até por alguns ambientalistas, o conceito nasceu em Kyoto e afirma que quem não pode diminuir ou parar a emissão de gases poluentes a contento, pode comprar de terceiros o suficiente para, digamos assim, atingir a sua cota. É como se dentro da sua casa todos tivessem o direito de, em bom português, soltar 3 puns ao dia e você pudesse comprar um pum não solto por seu irmão e soltar quatro. Os xiitas, claro, preferem ver você açoitado por seu pai, mas com essa sistemática estimula-se fortemente o melhor aproveitamento das reservas energéticas e ambientais, pois a melhor maneira de se obter tais créditos é impedindo que as mesmas sejam apenas poluição pura e simples, transformando-as em ativos econômicos, o que não só beneficia o meio ambiente como incrementa a economia.

Os créditos nascem, grosso modo, de uma autorização dada por uma agencia ambiental para que seja emitida uma certa quantidade de poluição. Exige-se ainda que haja algum incremento neste economizar, como é o caso da geração de energia, ou seja, um plus para além do simples poluir menos. Se esta não for alcançada, o saldo em favor do poluente transforma-se em crédito, o qual pode ser negociado. No caso paulista, a prefeitura tinha a autorização pra que seu lixão emitisse uma certa quantidade de metano, com o aproveitamento econômico do mesmo, deu-se uma redução nessa quantidade, que gerou os créditos em questão.

Nem tudo são flores, claro, pois existe o risco de que países ricos acabem por poluir mais do que economizam os pobres, mas isto só é um grande problema para quem acha que grandes questões se resolvem numa tacada mágica. Considerando-se outros fatores de preservação, a idéia ainda é razoável e bem preferível à indústria da multa e da expropriação pretendida pelos eco-radicais.

Anote: uma gigantesca fonte de créditos de carbono são as usinas hidrelétricas. Sim, elas são bem poluentes, pois suas represas emitem muito e muito gás metano em razão do material orgânico decomposto no fundo das mesmas. Já há projetos, presos na burocracia, de se aproveitar esse gás em termelétricas construídas próximas. Mas bacana mesmo seria ver os ambientalistas projetando uma usina para aproveitar a montanha de gás que eles dizem que os bovinos emitem...

Em razão do interesse de grandes empresas e governos em comprar estes créditos, instituições financeiras estão procurando-as para ganhar com o ágio, fazendo, grosso modo, o que já fazem com o dinheiro em geral: captam no varejo e disponibilizam no atacado. Aliás, o projeto Aterro Bandeirantes é administrado pelo Unibanco, principal consumidor da energia ali produzida, em parceria técnica com a empresa Biogás Energia, juntamente com a prefeitura.

O incremento financeiro deve colocar um pouco de chão nos devaneios ambientalistas. Espera-se.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

BOM LEMBRAR

Sempre ressalvando as exceções para fazer justiça, parece razoável que Mano Brown tenha virado filósofo. Afinal, nossos filósofos viraram Mano Brown faz tempo.

Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

PORQUE OS DOUTORES ODEIAM A MUZZARELA

A pizza entrou para a história recente do país muito menos pela sua qualidade gastronômica do que pelo seu caráter festivo, este tomado pelos políticos como o modo preferido de resolver os problemas que os assolam de vez em quando. Mas, acredite, a pizza também é a prova viva da superioridade da liberdade de mercado sobre a burocracia e controles estatais.

Quando chegou ao Brasil, a pizza era bem diferente do que é hoje, estava mais para uma torta, massa grossa. Não havia, ainda fornos próprios para ela, que precisa ser assada em temperatura perto dos 500º. Eram usados os fornos de padaria, que chegam a 300º. Resultado: massa crua.

Pois os consumidores gostavam da novidade, das coberturas, do crocante da massa, apesar de encontrar um cruzinho lá dentro. Para contornar o problema, começaram a pedir aos garçons: será que tem jeito de fazer a massa um pouco mais fina?

De pedido em pedido, a massa foi afinando, até chegar ao que conhecemos bem hoje. Numa palavra, a pizza mudou porque o consumidor pediu.

E hoje até há fornos capazes de chegar aos 500º, mas o gosto já está consagrado e não se vislumbra mudanças no horizonte, apesar de uma ou outra massinha mais grossa achada aqui e ali.

Pois então, o mercado mudou a pizza, simples assim. Sem interferência de nenhum burocrata, sem nenhuma teoria acadêmica, sem leis, decretos, fiscalização, nada, apenas e tão somente um consumidor pedindo e um garçom atendendo.

De outro lado, a ANVISA, órgão federal responsável, entre outras coisas, pela liberação e fiscalização de medicamentos proibiu a venda do suplemento alimentar CLA, conhecido como ácido linoleico conjugado. Argumenta que não há provas de que o produto produza os efeitos emagrecedores divulgados e que também não há evidências de que não seja prejudicial à saúde. Em boa parte do mundo, a sua venda é permitida e não há relato algum na medicina de qualquer efeito colateral significativo associado à substância. Esta substância é encontrada naturalmente em qualquer peixe e há empresas que enriquecem o leite com a mesma, licitamente.

Que critérios a ANVISA usou exatamente? Impossível saber. Até aí nada demais, seria só um erro, uma burrice dessas que assolam o poder público. Mas a coisa é pior, pois ao mesmo tempo que proíbe a venda de óleo de peixe encapsulado, permite a venda indiscriminada da da dipirona, um analgésico de eficácia limitada, com efeitos colaterais os mais variados, alguns bastante significativos. No mundo todo está praticamente banida, com exceção de alguns países asiáticos e africanos. É o componente ativo dos famosos Dorflex, Neosaldina e Novalgina, este último um dos mais populares remédios do país, fabricado pelo laboratório Novartis, que doou quantias significativas ao PT nas eleições presidenciais.

É claro que em se tratando de saúde pública, não se deve primeiro liberar a venda para depois esperar o consumidor reclamar. Mas, em não havendo provas de que seja prejudicial (jamais o inverso, por amor à lógica), o ideal é que se libere o produto e deixe o mercado decidir pela sua continuidade. Mas esta coisa singelamente simples é impossível de ser entendida pelos professores de felicidade.

Se dependesse dessa gente, a pizza fininha não seria vendida por falta de provas de que não faz mal à saúde.

Esse tipo de bizarrice deve ser o suficiente para mostrar a diferença entre quem pensa livremente e quem pensa programaticamente. Ou, em outros termos, entre um ser livre e empreendedor e um espírito totalitário.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A SOGRA VERMELHA

Um exercício mental em duas etapas. A primeira: por que o cachorro entrou na igreja? E por que ele saiu? Se por acaso você é um dos seres humanos que viveram até ontem no Himalaia e não conhece essa piada, a resposta de ambas as perguntas é a mesma: porque a porta estava aberta. Pois é, simples assim. Agora imagine que o cachorro entre na igreja e o padre feche a porta, deixando-o preso até o dia seguinte; é bem provável que ele não entre mais ali porque sabe que não poderá sair. Igualmente simples. Anote isto mentalmente. Segunda etapa: como dois adultos devem resolver seus problemas? Chamando os pais ou por si mesmos? De outro modo: se uma pessoa é escravizada, ela deve fugir ou esperar que o Superman venha salvá-la (mesmo que ele exista)? Pois bem, a esquerda conseguiu prender o cachorro na igreja e agora defende que a saída é mais Superman, mais pais, mais intervenção. Trata-se da lei “Maria da Penha”, segundo os ispessializtas, a nova regra inibe as mulheres de “procurarem seus direitos” pelo medo da prisão do marido e, principalmente, porque dada a notícia, a autoridade policial deve levar a coisa adiante, mesmo que a mulher diga que se arrependeu, que o casal fez as pazes. Ao invés de mudar a situação, ou seja, diminuir a intervenção estatal em assuntos familiares, eles propõem o inverso, querem mais estado, agora na forma de acompanhamento constante, o que significa mais burocracia, mais dinheiro para ONG`s, mais formatação da família pelo poder estatal.

Já é um absurdo uma lei que privilegia as mulheres, posto que agressões são coisa para se punir qualquer que seja o sexo, o credo ou o time para o qual torce a vítima ou o agressor.

É razoável, salutar até, que haja uma estrutura policial específica para atender as mulheres vítimas de violência doméstica, mas uma lei que trate exclusivamente de problemas domésticos é tutela estatal da família. Uma coisa é proteger a instituição familiar, outra é dizer como as pessoas devem se comportar dentro de suas casas. Se uma agressão é crime, então ela é crime também dentro de casa, simples assim. Para que uma lei tão específica?

Acontece que o número de queixas vem diminuindo nas delegacias da mulher por conta do medo das esposas em verem os maridos presos, mesmo que se arrependam da reclamação no futuro. Pense o seguinte: se a mulher apanha e acha que isto não é motivo para colocar alguém na cadeia, por que o estado deve continuar com o processo até culminar com a punição? Para todos os demais casos de violência física, a querela só segue mediante impulso do ofendido, com exceção da lesão grave (aleijão, deformidade, incapacitação para o trabalho, etc) e porque ela se aproxima do resultado morte. Por que uma lesão leve feita por um marido deve seguir adiante, mesmo que a esposa não manifeste sua vontade de levar a coisa em frente?

Essa lei já rendeu uma senhora bizarrice: há nas filas de visitantes das cadeias mulheres que colocaram seus maridos lá. Sabe o que é isso? É autonomia de cada um se sobrepondo, mais uma vez, aos anseios reformistas e universalistas da galera do martelo e da foice.

Essa lei é daquelas que impõem um padrão de comportamento, ou seja, é uma lei de reforma social, não de tutela de valores consagrados na civilização. É, de novo, a esquerda comendo pelas beiradas, usando pretextos nobres para fazer de tudo e de todos uma extensão do aparato estatal, que, obviamente, será controlado pelos professores de felicidade que povoam órgãos estatais, ONG´s, universidades, CDH´s, etc.

Pois diante de tudo isto e do decréscimo da demanda das mulheres queixosas em particular, os ispessializtas querem mais estado, mais tutela, mais reforma. Querem que o estado comece a forçar e bancar acompanhamento psicológico dos maridos. Ou seja, ao invés de incentivar que as mulheres larguem os trastes, querem fazer uma lobotomia neles. Essa raça não consegue entender que as pessoas podem e devem resolver seus próprios problemas? (a pergunta é meramente retórica). Curiosamente, quando se fala em impor tratamento aos toxicômanos, essa trupe vem dizer que o estado não pode fazer uma coisa dessas. Pois é, a coerência que vá pras cucuias, o importante é construir uma outra sociedade, a deles, claro.

UFA

Nem tudo está perdido: ainda há gente que sabe fazer valer a lei no judiciário. A doutora Emília Maria Velano, juíza da 15ª Vara Federal do Distrito Federal pôs um freio, via liminar, na intenção do Ministério das Relações Exteriores em contratar apenas advogados internacionais para defender os interesses brasileiros no estrangeiro. Cabe recurso, sempre cabe, mas é coisa boa de se ouvir nesses tempos em que lei só é lei se for para privilegiar minorias, diminuir direito de propriedade e aumentar tributos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

E O OSCAR VAI...

E vão aumentando as vozes dissonantes. O IPCC da ONU já está a um passo do ridículo na comunidade científica. Enquanto isto, os jornalões continuam tratando o aquecimento global de causa humana como fato consumado. Não é, é teoria, e fraca.

O professor José Carlos Parente de Oliveira, do Departamento de Física da UFC, (pós-doutor em Física de Nuvens e membro do Conselho Estadual de Educação do Ceará) é um dos críticos dessa hipótese. Escreveu o seguinte recentemente:

As projeções feitas nos relatórios do IPCC – cuja hipótese básica é a culpabilidade das atividades humanas pelo aumento de temperatura - não passam de simulações em modelos climáticos, em diversos cenários possíveis: a Terra nesses modelos é virtual e simples, bem diferente da Terra real que encerra complexa rede de interações atmosfera-biosfera-hidrosfera.
(...)
Os registros empíricos históricos das variações na temperatura da Terra, da atividade solar e do fluxo de raios cósmicos permitem inferir o papel preponderante da contribuição solar tanto para o aquecimento quanto para o resfriamento da Terra, inclusive para o aquecimento dos últimos trinta anos.

Enquanto isto, as ONG´s ambientalistas vão ganhando cada vez mais recursos públicos para defender a hipótese da ONU, as empresas de produtos “orgânicos” vão lucrando cada vez mais e Al Gore vai ficando cada vez mais rico com palestras e participações em projetos bilionários ecologicamente corretos.

IMBUIA, CEREJEIRA, JACARANDÁ...

Haja óleo de peroba. Francisco Dornelles é senador do PP, Partido Progressista. Apesar do nome, o partido sempre esteve ligado à direita política do país: Maluf, Delfim, Roberto Campos, etc. Pois esse senador carioca, que já foi ministro de Collor, integra a base aliada do governo esquerdista. Na votação do caso Renan ele explicou bem como funciona a política brasileira: "Crime tributário não é causa para quebra de decoro. Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores, porque muitos aqui têm muitos problemas fiscais”.

Explicando: para o senador, crime que toda uma classe comete não é crime, nem imoral. O cidadão comum vai para a cadeia se sonega e pode perder o emprego por suspeita razoável de furto na empresa. Já os Senadores podem cometer os crimes e não serem cassados por isto, porque o decoro parlamentar é mais elástico que o do povão.

Antiga lição de um corrupto histórico: à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta. Sim, em se tratando de política, da coisa pública, as aparências são muito importantes, porque a dúvida mina a credibilidade e, por extensão, a legitimidade. Simples assim.

Já o senador pensa diverso, para ele os políticos podem parecer culpados, corruptos, desonestos, aliás, não só podem parecer como podem sê-lo efetivamente.

E com base pensamento, o governo pôs o bloco na rua e livrou o seu aliado da cassação. Por muito menos, no passado, pediu impeachment e patrocinou passeatas de “fora FHC”.

Vamos lembrar: o PT e a esquerda queriam impor uma cartilha pela qual não se poderia chamar uma bicha de bicha, porque é ofensivo. Porém, para eles, não é ofensivo que representantes do povo cometam crimes tributários, usem empresários para pagar dívidas particulares, fraudem documentos; nada disto é ofensivo, nada disto é imoral para eles. São os fatos. Mas ainda há quem dê mais valor aos discursos, os nossos amados intelequituáiz, por exemplo.

CASA DE VIDRO

O Deputado Luciano Castro, líder do Partido da República no Congresso, eleito pelo estado de Roraima, confirmou o óbvio lulante: A votação da CPMF será balcão de negócios. Em reunião ontem com ministros, inclusive o da Fazenda, ele lembrou o governo de que vários indicados, leia-se apadrinhados, da base aliada ainda não foram nomeados. Toma lá, dá cá explícito. Verdade seja dita, bem diferente de alguns outros partidos, o PT não faz negociatas no escuro dos corredores, de jeito nenhum.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

PINGO NO I

É oficial: para o governo Lula não existem crimes de esquerda. Quem disse isso com todas as letras foi o Sr. Paulo Vanucchi, secretário especial de direitos humanos, status de ministro.

Ele disse que a morte de pessoas do governo, por militantes de esquerda, durante a ditadura militar não é crime. Claro, desde quando matar alguém é crime se esse alguém não for de esquerda?

Claro, o dotô Paulo tem títulos, não é um zé ninguém, é mestre em ciência políticas, petista de fundação e membro graúdo do Instituto Cidadania, um dos muitos braços petistas no mundo das ONG´s. O mundo ainda é redondo? Se for, então para saber distinguir o certo do errado não é preciso saber sequer a primeira letra do alfabeto.

MENTE ABERTA, SOCIEDADE ABERTA

Circula por aí um e-mail de autoria incerta, meio piegas, mas que ilustra bem a miséria política e ideológica atual. Já adiantando que caridade e altruísmo não são ruins, de modo algum, ruim é a imposição disto, ruim é legalizar o uso da força estatal para coagir cidadãos a praticarem o bem para além do que já o fazem por meio do seu trabalho, do pagamento de impostos e respeito ás leis. E ruim também é esperar que as pessoas assim o façam como se fosse o normal da coisa.
Carta aberta para Renato Aragão, o nosso Didi.
Quinta, 23 de agosto de 2007.
Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências).

Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas à mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos). Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos impostos embutidos em cada alimento, em cada produto que preciso comprar para minha família.

Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não tem a educação como prioridade. O dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal. Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda?

Você diz em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é "o cara". Ele tem a chave do cofre. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.

Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.

Outra coisa Didi, mande uma carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os professores. Só escolher quem de fato tem vocação para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas, possam desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari

P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal educada: vou rasgá-la antes de abrir.

TIPIFICAÇÃO

Até semana passada dona Cleusa Soares Massafera recebia normalmente seu bolsa esmola, ops, família. Dia 03 o governo decidiu que ela não merecia mais. O que mudou? O de sempre: a imprensa mostrou que ela não recisa. Pena que ficou só nela, e só, claro, porque é mãe de uma dessas celebridades, Sra, Srta, sabe-se lá o que seja neste momento, Graziela Massafera, praticamente uma milionária que brindou a mãe com uma pequena mansão na cidade de Jacarezinho, Paraná.

Anote: essa bizarrice não é a única. A maior parte dos beneficiários do programa não precisa realmente e a esmagadora maioria dos que precisam não estão nele incluídos, vide os miseráveis agricultores e trabalhadores rurais do Ceará, passando fome, também por causa da seca. Até o momento nenhum deles recebeu um centavo de ajuda do governo e não houve uma só passeata do MST em favor dos mesmos. Nem haverá. Gente que trabalha para comer não ganha a atenção desse tipo de movimento.

Quem acha que o dólar barato de FHC foi um estelionato eleitoral deveria dizer qual a melhor definição para o bolsa família para quem não precisa. Latrocínio eleitoral, talvez?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

BOM LEMBRAR

Se você defende ou simpatiza com algum tipo de revolução, eis aqui as palavras de um dos maiores revolucionários de todos os tempos:

“O revolucionário tem desprezo pela opinião pública e ódio pela moral social atual e suas diretivas. Para ele, o que é moral é o que é favorável ao triunfo da revolução, e o que é imoral e criminoso é o que a contraria.”

“É necessário que o militante, duro para com ele próprio, o seja também para os outros. Todos os sentimentos que nascem da família, da amizade, do amor ou do reconhecimento devem ser sufocados nele pela única e fria paixão da obra revolucionária. E prosseguindo com sangue-frio na realização do plano, deve estar pronto para morrer e também pronto para matar com as próprias mãos todos aqueles que se oponham à sua realização”.

Netchiaev, anarquista russo

E aí, vai matar quem hoje?

RESTAURANTE PRECISA DE PEDREIRO PARA COMANDAR SUA COZINHA INTERNACIONAL

Enquanto no empresariado os cientistas vão se metendo em MBA´s (aliás, foi assim que tudo começou) para administrar melhor seus laboratórios e recursos, o poder público brasileiro vai na contra-mão e ao invés de ajudar pesquisadores a se tornarem administradores colhe burocratas para comandar pesquisadores. Há dois exemplos notórios disto acontecendo, provando ainda, mais uma vez, que petistas e tucanos são sim farinha do mesmo saco. Lula nomeou um jurista para dizer quais programas televisivos são ou não bons para a formação infantil, ou seja, meteu um advogado para trabalhar de psicólogo. Serra, por seu turno, colocou um jurista embaixador para chefiar a maior agência de pesquisas do país. É a burocracia reinando sobre o saber.

Já se escreveu aqui sobre o Sr. Eduardo Elias Romão, chefe do departamento de censura, ops, de justiça, classificação, títulos e qualificação do Ministério da justiça (DEJUS), órgão responsável pela classificação indicativa, antes pretendida impositiva, da programação televisiva. Foi dito o seguinte: O chefe do DEJUS, segundo o site do MJ, é bacharel em direito pela UFMG, mestre e doutorando em direito pela UNB. O próprio site informa que ele tem experiência em direito e que suas especialidades são o Direito Público, com ênfase em mediação, história do direito, estado democrático, paradigma, conflito e mediação (a redundância está lá no site). Necas de psicologia, pedagogia, ou qualquer outra coisa que lhe permita saber como funciona o processo de formação de identidades, a formação do conhecimento e demais processos cognitivos, enfim, nada que lhe permita dizer com um mínimo de racionalidade quais programas são ou não adequados para crianças e adolescentes. Basicamente, é como se o presidente indicasse para o STF um psicanalista.

Pois agora o governador paulista, tucano José Serra, indica para a FAPESP, a maior instituição científica do país, um outro burocrata, o ex-ministro do exterior, Sr. Celso Lafer, que vem a ser um jurista. Que advogado nesse mundo um dia pisou num laboratório e sabe a diferença entre um transistor e um chip? O homem pode ser o tal na sua área, mas para comandar o maior orçamento científico do continente é claro que não serve. Conceda-se: Palocci era médico e levou bem o Ministério da Fazenda, mas, não esqueçamos, a política econômica já fora desenhada e ele é um político que ocupou um cargo também político.

É clara a intenção de manter a instituição em rédeas curtas, colocando gente do círculo político ao invés de buscar funcionários de carreira ou de notória especialidade.

Algum maldoso pode pensar também que se trata de alguma forma de dar cargos aos aliados, pura e simplesmente. Se for só isso, está bom.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

ENGASGANDO COM O REMÉDIO

Mais um perigo de proporções apocalípticas para o mundo. Não bastasse o aquecimento global, a epidemia de AIDS e a prevista escassez de água potável no mundo, agora temos que nos preocupar também com a água envenenada. Por arsênico. É o que dizem alguns cientistas. Claro, são daquela mesma turma do IPCC. Segundo eles, 140 milhões de pessoas podem ser prejudicadas.

O arsênico está presente naturalmente em certos tipos de solos. Muitos ambientalistas, ONG´s e cientistas recomendaram que se cavassem poços artesianos em certas regiões, para evitar que as populações locais bebessem água contaminada pela poluição de superfície e/ou ficassem à mercê da sorte. Pois é. E agora descobriram que lá embaixo tem arsênico.

Típico caso de serviço mal feito? Ou simples catastrofismo? Claro, números de gente afetada por já mesmo ninguém apresentou até agora. Nem poderia ser diferente, quando se trata de expor bem os fatos presentes, essa turma é meio limitada, mas quando se trata de pintar um apocalipse, ah, não tem quem faça igual.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

ENGALANAR PARA ENGANAR

Você ainda tem alguma dúvida de que o PT e aliados de todo naipe querem, ou no mínimo consentem, com um projeto comunista? Teus amigos riem quando algo parecido com isso sai da sua boca? Pois a prova existe e faz tempo. Andou meio sumida, meio esquecida, mas agora voltou a tona, vão tentar de novo impor uma lei pela qual o governo dirá quanto você pode gastar daquilo que ganha, o resto ficará à disposição para, bom, claro, projetos sociais. Seria uma poupança compulsória, batizada de poupança fraterna, projeto de lei apresentado pelo deputado petista Nazareno Fonteles. Para que não reste dúvida, veja o que diz o artigo primeiro dessa pretendida nova lei: “Fica criado o Limite Máximo de Consumo, valor máximo que cada pessoa física residente no País poderá utilizar, mensalmente, para custear sua vida e as de seus dependentes”. É o PT dizendo o que você deve fazer com o suor do seu trabalho e com os frutos de seus bens. Sim, o nome disso é comunismo.

Aqui se vê a íntegra da monstruosidade: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/202553.pdf

Ao invés de o governo petista criar condições para que cada cidadão possa, ele mesmo, criar suas próprias riquezas, quer tomar a de quem já a produz ou já a tem.

Agora some a isto a sanha da Petrobrás em comprar empresas do seu setor, a intervenção direta e não institucional do governo em fusões de mega-empresas. Consegue ver? É o governo impondo a planificação da economia, vai pelas beiradas, de mansinho, sem revoluções, mas vai.

Quer mais? Tem, claro que tem, sempre tem. Some aí também as manifestações populares comandadas por ONG´s que vivem ás custas de dinheiro público, ou seja, o governo do PT dando dinheiro público para organizações ideologicamente afinadas com o PT. Em miúdos: partido e estado fundidos. O nome disto é comunismo, não?

Mais um tantinho: o PT já indicou 7 dos 11 ministros do STF.

Cabendo mais, lembre-se dos rumores cada vez maiores e mais fortes e assumidos do sonho do terceiro mandato e da re-eleição eterna, já em prática por El General de las Americas.

Faça as contas.

O fatalismo deve ser afastado do pensar para manter este sempre claro, sem dúvida, mas jamais os fatos e estes mostram para que rumo se vai com esta trupe. Por trás do PT rosa se esconde o PT roxo de raiva de sempre.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

P R I

Do Blog Coligados (link ao lado):

“Ana Mercedes Díaz, como ela mesma se apresenta "ex-diretora geral de Partidos Políticos e que trabalhou no Conselho Nacional Eleitoral durante 25 anos", criou uma página de internet onde torna pública todos os dados de irregularidades absurdas havidas na "re-eleição" de Hugo Chávez em novembro de 2006. Quais irregularidades?

O aumento de um milhão, trinta e nove mil e cento e vinte três (1.339.123) eleitores na Venezuela entre janeiro de 2006 e o que foi registrado na infraestrutura do Conselho Nacional Eleitoral, que seria utilizada no dia das eleições.

Pessoas que tetiam o mesmo nome , a mesma data de nascimento com duas ou mais cédulas de indentidade com números de série diferentes.

O inexplicável fato de que um terço dos municípios do país existiam mais votantes do que habitantes.

A quantidade de um milhão, duzentos e setenta mil e novecentos e quarenta (1.270.940) registros eleitorais modificados.

Pessoas maiores de 100 anos devidamente inscritas para votar.

A alteração de data de nascimento de dezoito mil novecentos e ooitenta e um ( 18.981) que supostamente haviam nascido em 15 de março de 1974.

Tudo isso pode ser encontrado na página criada pela corajosa Ana Díaz, a www.llegoelmomento.com

ERA DISSO QUE FALAVA NIETZCSHE?

Certas coisas são tão difíceis de se acreditar que nem mesmo vendo e lendo. Pois um renomado dotô, lembrado, citado e festejado por intelequituáiz e estudantes Brasilzão afora escreve na FSP de 25/08/2007 a respeito dos protestos e ação da tropa de choque na USP, elogiando a atitude dos alunos que criticaram a presença dos policiais, depois de tudo passado e depois que lhe foi restaurado o direito de ir e vir. Disse o seguinte:

"Acabei de ser informado de que os estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco repudiaram, com veemência, a presença da tropa de choque da PM em sua academia na noite de 22 de agosto. Vejo nesse repúdio o eterno espírito vigilante dos acadêmicos na indefectível defesa dos altos princípios da democracia e dos direitos humanos. Não posso deixar de abraçá-los por mais essa demonstração de idealismo e de beleza. A verdade é que a alma dos filhos de nossa Velha e Sempre Nova Academia nunca tolerou a prepotência de quaisquer Poderes nos âmbitos de seus sagrados domínios. Em lastimáveis equívocos pode incorrer quem se esquece dessa preciosa verdade." Professor Goffredo da Silva Telles Jr. (Folha de S. Paulo, 25/8/07)”

Reparem que ele assina como professor. Certo, se o é, é, ué. E nem se diga que se desprezam ou que não se reconhecem seus títulos acadêmicos e peso junto à comunidade aquademika, reconhecidos são aqui, de plano. Para o sistema Lattes, porém, ele é um ilustre John Doe. Tudo bem, Einstein também o seria por muito tempo.

Aos fatos. Se os estudantes repudiaram com veemência, ou são muito poucos ou o vocábulo teve seu conteúdo alterado na reforma gramatical atualmente em imposição. Se os estudantes de direito eram contra a presença da tropa de choque, por que não se manifestaram tanto quanto os invasores? Que se saiba, ficaram quietinhos em suas sala, das quais não podiam sequer sair enquanto da ocupação. Tomado por verdade o que relata o professor, só se pode dizer uma coisa desses bacharelandos: são covardes e pulhas que cospem no prato que comem, pois a polícia foi lá garantir o sagrado direito deles de assistir aulas e de ir e vir. Fossem menos vis, teriam se dado ao trabalho de, no mínimo, fazer como os colegas de letras e humanas e enfrentar o policiamento, resistir. Veemente é isto. O que se tem notícia, omissão, acuamento, é chamado, eufemisticamente, bem ao gosto dos intelequituáiz, de insuficiente hombridade.

O querido professor dá conta de que a academia é dos estudantes e professores. Dois defeitos numa única frase e pouco importa se é intencional ou não: é tolice e é mentira. Não é dos estudantes, nem dos professores. É dos cidadãos paulistas, especialmente dos pagadores de impostos. Os mesmos que pagam o salário dele e dos membros da tropa de choque. Os estudantes estão lá, de graça, porque estes, democraticamente, acharam por bem que tivessem esse direito, mas em momento algum lhes foi transferida a propriedade, posse, nada. O patrimônio público é de todos, não apenas dos que usufruem dele momentaneamente. Em tempos em que estado e partido são uma coisa só, vide a marcha das Margaridas totalmente paga com dinheiro público, fica difícil acreditar, mas é exatamente assim que é.

O professor viu na atitude o espírito vigilante dos acadêmicos. Pelo que consta, não estavam tão vigilantes assim, pois não se aperceberam que estavam lhe fazendo um cerco à luz clara. Viu também a defesa da democracia. Nem vale comentar enquanto ele não der a sua definição do termo. No corrente uso, democracia nada tem que ver com ausência de repressão a marginais, criminosos e aos que atentam contra ela mesma. Também enxergou a defesa dos direitos humanos. Pode ser. Mas, de quem? Dos alunos é que não é, porque estavam sitiados até que o choque chegasse.

E, fosse pouco, o professor diz que a sua academia não tolera prepotência dos poderes, destacando bem o termo, colocando-o em itálico: poderes. Que pretenderá dizer? Que não tolera somente a prepotência dos poderes constituídos e tolera a dos que atentam contra eles? Parece que por trás daquelas belas palavras se esconde o velho espírito de superioridade dos intelequituáiz, o mesmo que os faz se esconder debaixo da cama quando estoura um cano de escape na rua. Verdade seja dita, pelo menos o pessoal do MST e quejandos tem a honestidade de dar a cara a tapa, menos, claro, seus dirigentes, mas isto não vem ao caso. Essa trupe acadêmica é desse tipo mesmo, adora ser do contra, mas na hora de ir ao encontro, foge da raia. Dessa história fica claro, claríssimo, que os protestantes mostraram uma superioridade intelectual frente aos estudantes referidos pelo professor, já que deram seu recado abertamente, no momento e no calor da coisa, não depois, no aconchego do lar, em reuniõezinhas de grêmios e diretórios, em jornais, bem seguros por paredes, alarmes e, claro, polícia.

Então, é isso que elogia o professor? Que os alunos fujam da raia e depois critiquem quem lhes garante o ir e vir, o dizer o que bem pensam e tudo o mais? Que batam no cachorro que impede a entrada dos ladrões? Que os futuros profissionais primeiro se escondam, depois tomem partido? É isto? Que tomem por sua uma universidade construída e mantida com dinheiro de todos? Que condenem a presença dos poderes no âmbito acadêmico, mas tolerem a de manifestantes politizados em ação promovida por entidade que só existe porque recebe repasses públicos?

Não há nada de belo nessa atitude, caro professor. Só há vilania, baixeza moral e intelectual. E, ululante, covardia. Com coisas assim acontecendo nas universidades públicas, não é de estranhar que mensalões não resultem em convulsões: elas ensinam as gerações a serem cada vez mais covardes e passivas.

SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRE?

Espera-se que contratações públicas primem sempre pela eficiência e economia, não por ideologias ou nacionalismos. O Ministério das Relações Exteriores, procurando advogados que defenda interesses nacionais junto à OMC, adotou critérios que excluem de saída os brasileiros. Vá lá que o inverso seria absurdo, mas é improvável que não seja do conhecimento da nossa chancelaria que há profissionais gabaritados a tanto por aqui.

O MRE exige que as bancas candidatas à contratação contem com escritórios há pelo menos dois anos em Bruxelas e Washington. Mais, pede que haja pelo menos cinco advogados da área na Europa e quinze na América.

Difícil imaginar que advogados não estejam aptos ao serviço por nunca terem pisado nestas cidades mais do que algumas horas, ou mesmo nunca respirado seus ares.

Esse tipo de restrição mui específica fere a universalidade esperada de licitações. Cheiro de direcionamento no ar, coisa bem comum em áreas menos nobres da administração.

DNA

Testes normalmente são besteiróis, especialmente os que se apresentam como o contrário. Há exceções, como o do political compass em que o cidadão responde a uma série de perguntas e obtém uma localização do seu pensar no espectro político.

O site é: www.politicalcompass.org.

“Traduzido” pelo Google: http://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.politicalcompass.org/&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dpolitical%2Bcompass%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DG. No menu à direita clicar em “fazer exame do teste”.

Uma tradução melhor das perguntas pode ser obtida aqui: http://lana-caprina.blogspot.com/2006/06/um-teste-poltico.html. As respostas são de múltipla escolha e sempre variam entre: discordar fortemente, discordar, concordar e concordar fortemente.

OUTRO 3X4

Mais um interessante retrato cultural, da lavra do Professor José Carlos (link ao lado). Eis:

Vira e mexe e tem algum chato me chamando de chato só porque não tenho saco infinitamente expansível para acomodar todas as provocações da humanidade... Bom, vamos aos fatos.

No último ultra-som que fizemos para ver como anda o Joãnzinho detectamos que havia pouco líquido amniótico no útero (ainda acima do "mínimo", mas bem abaixo da média). Como já tivemos o mesmo problema com o Zequinha (e por isso ele nasceu prematuro e continua prematuro até hoje, he he) resolvi fazer a lição de casa e me debrucei sobre uma dezena de artigos científicos e teses sobre o tema.

A médica ginecologista acha que está tudo bem e etc., mas a besta não deve ter feito a lição de casa dela, para variar. Eu achava isso antes de ler os artigos, mas agora já tenho quase certeza de que nossos médicos estão mais para curandeiros sem tradição do que para cientistas. Explico: todos os artigos que li são praticamente plágios um do outro. É isso mesmo, as bestas médicas que fazem "pesquisas" nas universidades e que publicam seus papers em revistas científicas são piores do que os adolescentes que procuram seus trabalhinhos na Internet. É incrível o descaramento com o qual copiam parágrafos inteiros (por vezes dezenas deles) de outros artigos!

E se os especialistas, médicos hiper-pós-graduados, são assim, tão medíocres, o que me resta esperar da ginecologista que nem lê esses papers??? Que Nossa Senhora do Bom Parto lhe perdoe, talvez. Haja paciência!

Bom, é mesmo chato ser chato, mas tem lá seu lado positivo. Pelo menos agora eu já posso "tratar o problema".

Abraços,
JC

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

RETRATO CULTURAL

Embora esse governo não dê sossego, aqui vai um minutinho de descontração.
Ao final da lista, uma contribuição do blog.

FAZENDO ARTE NA CERTIDÃO DE NASCIMENTO

Escrito por Mauricio GarciaSou formado em Medicina há 7 anos, e minha carreira me proporcionou contato com as mais variadas e indescritíveis figuras e situações.

Vim de família de classe média, e começar a trabalhar com todas as parcelas da população é um choque de cultura inigualável. Vê-se de tudo. Muitas das situações não podem ser descritas aqui, causariam conflitos éticos em uma profissão onde o sigilo médico impera. Porém, este capítulo da Medicina que abordo agora é aberto a todos.


E engraçadíssimo, por sinal. Apesar de Portugal nos ter fornecido estoque inesgotável de piadas sobre seus habitantes, se vivêssemos sob as leis de lá, este artigo não seria escrito.


Estou me referindo ao rigor português ao escolher o nome da criança recém-nata, pois lá existe uma lista de nomes possíveis. Mas isto aqui é Brasil. O brasileiro é um povo criativo, e resolve fazer arte até na hora de batizar seus filhos. Apresento a vocês, uma coletânea feita com colegas meus de profissão, principalmente os pediatras, dos nomes mais bizarros e engraçados vistos em consultórios, maternidades e afins. Afinal, todo mundo tem que passar pelo médico um dia.

Vamos brincar de dar nomes bizarros para nossos filhos! Afinal, eles não podem reclamar mesmo.

- Aga Esterna: Essa era uma jóia! Literalmente.
- Abias Corpus da Silva:Esse nunca iria preso.
- Bilidudilei e Jimibradilei da Silva: Irmãos
- Boniclaide: Bonnie and Clyde
- Bruno: Filho mais velho. Até aí nada, o problema foi quando o mais novo nasceu, e foi batizado de. Marrone.
- Brucili Benedito da Silva: Mais um homenageado, Bruce Lee

- Caralhecilda: Ninguém chamava a paciente gritando. Por que será?
- Darkson Stick Nick da Silva: Venceu um concurso promovido pelos médicos. O pior nome!
- Darzã: O pai era fanho e o cara do cartório não entendeu quando ele disse Tarzan.
- Delícia Cremosa: Devem ter levado o pote de margarina pro cartório.
- Ellen Geoáite : Homenagem a uma escritora americana chamada Ellen G. White.
- Eneaotil: Era mais fácil chamar de NÃO.
- Erripóter: A mãe não se chamava J.K Rowling
- Frankstein Junior : O pai se chamava João da Silva.
- Free William da Silva : Free Willy legendado.
- Harlei David Son: Born to be wild!
- Heman Eduardo: A pronúncia é He-man! Pelos poderes de Grayskull!! Acreditem ou não, sua irmã se chamava She-Ra.
- Hyrum: Pronuncia "Airon". Questionado, o pai disse que era homenagem ao Iron Maiden.
- Hotidogson: Nem o cachorro quente escapa da homenagem

- Inri: Isso mesmo. Jesus de Nazaré Rei dos Judeus.
- Istiveonder da Silva : Ao contrário do cantor, esse enxergava bem.
- Jean Claude Van Dame da Silva: Um magrinho raquítico
- Jedai: Que a força esteja com você.
- João Lenão: Beatle tupiniquim
- Justdoit : A Nike fazendo a cabeça do povão
- Kaelisson Bruno: Homenagem ao grupo KLB (Kiko, Leandro e Bruno)
- Kalifornia Drim dos Santos e Roliude dos Santos: Irmãos provindos de uma comunidade hippie
- Kevinson Junior : O nome do pai era Rafael
- Kwysswyla: Uma proeza, só uma vogal! Leia-se Quíssila.
- Kung Fu José e Kung Fu João: Gêmeos.
- Laion, Pantro e Xitara: Geração Thundercats
- Letisgo: Outro clássico. Let´s go, em versão tupiniquim. Duro era gritar o nome para chamar para a consulta.
- Leidi Dai : Nem precisa tecla SAP
- Madeinusa: Exótico? Apenas a expressão MADE IN USA, junta.
- Magaiver: Esse tinha mãe que tomava pílula e pai vasectomizadoa usando camisinha. E mesmo assim nasceu.
- Mari Onete: Ao contrário do que se pensa, foi sozinha à consulta.
- Maiquel Edy Marfy: Seria Michael + Eddie Murphy?
- Maycom Géquiçom: Sem comentários
- Merdalina : Pois é. Tem de tudo
- Myqueimausi: Deve ser filho do Valdisnei
- Michelângelo: homenagem ao pintor renascentista? Nada, era a tartaruga ninja mesmo.
- Milquesheiqueson: Qual era o sabor?
- Mijardenia e Merdamercia: Irmãs, carinhosamente chamadas de Mimi e Memé.
- Mikarraquinem: Criança que adorava correr do banho.
- Miquetiçon: Segundo a mãe, pronuncia-se. Mike Tyson.
- Orange, Blue e Yellow: Família arco-íris
- Patrick Itambé da Silva (Homenagem ao ex-piloto francês de F1 Patrick Tambay)
- Pir: Pronúncia PI-ERRE.
- Railander da Silva: Esse sofreu um corte, para sua sorte, não foi a sua cabeça que foi cortada.
- Romixinaide: Homenagem a Romy Schneider. Tá, eu sei que você não conhece. Foi uma diva do cinema há uns 50 anos trás.
- Rudegulete e Claiver: 2 irmãos, uma dupla de ataque poderosa (RuudGullit e Kluivert)
- Shaite: Nosso velejador Robert Scheidt também merece homenagem
- Silvester Estalone: Diz o médico que pediu um autógrafo.
- Tayla Nayla, Taxla Naxla, Tarla Narla : Irmãs cuja mãe aguardava a quarta filha, que seria batizada de Taola Naola. Levanta a mão aí quem também era fã de Tartarugas Ninja!
- Tospericagerja: Um clássico, homenagem do pai aos craques da Copa de 70: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson, Jairzinho.
- Ulton : Ao chamar a criança, o médico foi corrigido pela mãe: U-Eli-Ton. Tem que pronunciar o L
- Uiliam Bone: Futuro apresentador do Jornal Nacional
- Um Dois Três de Oliveira Quatro : Esse é famoso. É um agricultor Potiguar. Eles merecem
- Uilikit e Uiliket: Gêmeos também da geração acima
- Urinoldo Alequissandro : O médico que atendia este garoto o encaminhou para outro colega. Não conseguia parar de rir ao associar o garoto com um urinol.
- Usnavi: Filho de um fanático por navios americanos, que apresentam a inscrição U.S. NAVY
- Valdisnei: Um clássico. Homenagem ao grande Walt Disney.
- Villejack Jeans e Cachemire Bouquet.(dois irmãos). Eita propaganda
- Xerox (pai), Fotocópia (filha mais velha) e autenticada (filha mais nova). Caso famoso em Recife.
Brasil, país da criatividade!
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Contribuição do Blog:

Botantonio (Bota Antonio) e Crisoanderson (Cris ou Anderson). Pessoal de cartório anda sem paciência depois que o governo tornou gratuita a certidão de nascimento.

Tem mais:

Johnny Lee Walker da Silva (matador profissional, preso).

Romário Maradona Edmundo Ribeiro (o pai está preso, pelo nome imagine-se o destino do filho...)

Mas, perigando começar uma guerra, nada supera um dono de ferro velho, filho de árabes:

Alô Moisés.