sexta-feira, 14 de setembro de 2007

IMBUIA, CEREJEIRA, JACARANDÁ...

Haja óleo de peroba. Francisco Dornelles é senador do PP, Partido Progressista. Apesar do nome, o partido sempre esteve ligado à direita política do país: Maluf, Delfim, Roberto Campos, etc. Pois esse senador carioca, que já foi ministro de Collor, integra a base aliada do governo esquerdista. Na votação do caso Renan ele explicou bem como funciona a política brasileira: "Crime tributário não é causa para quebra de decoro. Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores, porque muitos aqui têm muitos problemas fiscais”.

Explicando: para o senador, crime que toda uma classe comete não é crime, nem imoral. O cidadão comum vai para a cadeia se sonega e pode perder o emprego por suspeita razoável de furto na empresa. Já os Senadores podem cometer os crimes e não serem cassados por isto, porque o decoro parlamentar é mais elástico que o do povão.

Antiga lição de um corrupto histórico: à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta. Sim, em se tratando de política, da coisa pública, as aparências são muito importantes, porque a dúvida mina a credibilidade e, por extensão, a legitimidade. Simples assim.

Já o senador pensa diverso, para ele os políticos podem parecer culpados, corruptos, desonestos, aliás, não só podem parecer como podem sê-lo efetivamente.

E com base pensamento, o governo pôs o bloco na rua e livrou o seu aliado da cassação. Por muito menos, no passado, pediu impeachment e patrocinou passeatas de “fora FHC”.

Vamos lembrar: o PT e a esquerda queriam impor uma cartilha pela qual não se poderia chamar uma bicha de bicha, porque é ofensivo. Porém, para eles, não é ofensivo que representantes do povo cometam crimes tributários, usem empresários para pagar dívidas particulares, fraudem documentos; nada disto é ofensivo, nada disto é imoral para eles. São os fatos. Mas ainda há quem dê mais valor aos discursos, os nossos amados intelequituáiz, por exemplo.

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