quinta-feira, 23 de agosto de 2007

TALVEZ A AGULHA NÃO ESTEJA NO PALHEIRO

Onde estão as chaves quando você as perde? Se você soubesse, elas não estariam perdidas, mas mesmo sabendo disto, as procura. E se as procurar no lugar errado, o resultado mais provável é que não as encontre. Como não sabe o lugar certo, só lhe resta procurar nos lugares mais prováveis e, se também eles forem os errados, sobra o velho e bom acaso. É o que se dá com a ciência muitas vezes. Parece que vem a ser o caso das diferenças comportamentais entre homens e mulheres. Ao menos é o que sugere uma recente pesquisa que constatou que não é no cérebro que surgem as discrepâncias. É no nariz.

Pessoal de Harvard e do Instituto Médico Howard Huges, capitaneados por Catherine Dulac, Jennings Xu e Tali kimchi, descobriram pode ser no nariz que se ache o pivô das diferenças entre os sexos de vertebrados, mais especificamente o órgão vomeronasal, responsável por detectar os feromônios. Pois os pesquisadores descobriram que fêmeas de camundongo, quando nascem sem o órgão, comportam-se como machos, inclusive subindo em outras fêmeas.

A Dra. Catherine ficou particularmente surpresa: “os resultados são surpreendentes. Ninguém imaginava que uma simples mutação poderia induzir fêmeas a se comportar como machos”.

Os cientistas colocaram diversas fêmeas com essa deficiência junto a machos. Logo começaram a imitá-los, inclusive em rituais sexuais, e até a brigar com eles. O mais interessante, porém, foi que elas queriam manter relações sexuais com os machos, mas como se machos fossem, montando-os. Ao fim, eram dominadas e, por assim dizer, estupradas. Quando nasciam os filhotes, elas não mostraram nenhum traço maternal, largando as crias um ou dois dias após o nascimento, enquanto os camundongos normais cuidam dos filhotes por muito mais tempo.

Duas hipóteses surgiram. Numa, o órgão vomeronasal seria necessário para o crescimento de um circuito neural específico das fêmeas. Noutra, o cérebro da fêmea demanda o funcionamento do órgão para reprimir o comportamento masculino, que, assim, seria o inicialmente natural em todos os seres.

Eles fizeram um teste usando fêmeas que nasceram com o vomeronasal, mas o extirparam. Também elas começaram a se comportar como machos.

Agora estão pesquisando machos geneticamente modificados, para que não tenham o vomeronasal funcional, para saber se passarão, eventualmente, a se comportar como fêmeas. Essa hipótese maluca não foi bem explicada por eles.

Não houve estudos do tipo com outro animais e a Dra. Catherine lembrou que o comportamento sexual humano não é regido apenas por feromonios.

Considerando que, além da menor influência dos feromônios, os homens são mais suscetíveis a influências comportamentais do tipo, digamos a grosso modo, imitativas e possuem uma sociabilidade muito maior e complexa, sem olvidar do fenômeno cultura, a pesquisa, no tocante a humanos, é deveras inconclusiva, apesar das esperanças manifestas dos cientistas.

Como diz o velho deitado: de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

ZEPOVO

Diante de tão importante achado cientifico, quero deixar claro que meu nariz é avantajado, e rio de todas gurias que me desprezaram o narigudo! Não sabem o que perderam...