quinta-feira, 30 de agosto de 2007

ENGASGANDO COM O REMÉDIO

Mais um perigo de proporções apocalípticas para o mundo. Não bastasse o aquecimento global, a epidemia de AIDS e a prevista escassez de água potável no mundo, agora temos que nos preocupar também com a água envenenada. Por arsênico. É o que dizem alguns cientistas. Claro, são daquela mesma turma do IPCC. Segundo eles, 140 milhões de pessoas podem ser prejudicadas.

O arsênico está presente naturalmente em certos tipos de solos. Muitos ambientalistas, ONG´s e cientistas recomendaram que se cavassem poços artesianos em certas regiões, para evitar que as populações locais bebessem água contaminada pela poluição de superfície e/ou ficassem à mercê da sorte. Pois é. E agora descobriram que lá embaixo tem arsênico.

Típico caso de serviço mal feito? Ou simples catastrofismo? Claro, números de gente afetada por já mesmo ninguém apresentou até agora. Nem poderia ser diferente, quando se trata de expor bem os fatos presentes, essa turma é meio limitada, mas quando se trata de pintar um apocalipse, ah, não tem quem faça igual.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

ENGALANAR PARA ENGANAR

Você ainda tem alguma dúvida de que o PT e aliados de todo naipe querem, ou no mínimo consentem, com um projeto comunista? Teus amigos riem quando algo parecido com isso sai da sua boca? Pois a prova existe e faz tempo. Andou meio sumida, meio esquecida, mas agora voltou a tona, vão tentar de novo impor uma lei pela qual o governo dirá quanto você pode gastar daquilo que ganha, o resto ficará à disposição para, bom, claro, projetos sociais. Seria uma poupança compulsória, batizada de poupança fraterna, projeto de lei apresentado pelo deputado petista Nazareno Fonteles. Para que não reste dúvida, veja o que diz o artigo primeiro dessa pretendida nova lei: “Fica criado o Limite Máximo de Consumo, valor máximo que cada pessoa física residente no País poderá utilizar, mensalmente, para custear sua vida e as de seus dependentes”. É o PT dizendo o que você deve fazer com o suor do seu trabalho e com os frutos de seus bens. Sim, o nome disso é comunismo.

Aqui se vê a íntegra da monstruosidade: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/202553.pdf

Ao invés de o governo petista criar condições para que cada cidadão possa, ele mesmo, criar suas próprias riquezas, quer tomar a de quem já a produz ou já a tem.

Agora some a isto a sanha da Petrobrás em comprar empresas do seu setor, a intervenção direta e não institucional do governo em fusões de mega-empresas. Consegue ver? É o governo impondo a planificação da economia, vai pelas beiradas, de mansinho, sem revoluções, mas vai.

Quer mais? Tem, claro que tem, sempre tem. Some aí também as manifestações populares comandadas por ONG´s que vivem ás custas de dinheiro público, ou seja, o governo do PT dando dinheiro público para organizações ideologicamente afinadas com o PT. Em miúdos: partido e estado fundidos. O nome disto é comunismo, não?

Mais um tantinho: o PT já indicou 7 dos 11 ministros do STF.

Cabendo mais, lembre-se dos rumores cada vez maiores e mais fortes e assumidos do sonho do terceiro mandato e da re-eleição eterna, já em prática por El General de las Americas.

Faça as contas.

O fatalismo deve ser afastado do pensar para manter este sempre claro, sem dúvida, mas jamais os fatos e estes mostram para que rumo se vai com esta trupe. Por trás do PT rosa se esconde o PT roxo de raiva de sempre.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

P R I

Do Blog Coligados (link ao lado):

“Ana Mercedes Díaz, como ela mesma se apresenta "ex-diretora geral de Partidos Políticos e que trabalhou no Conselho Nacional Eleitoral durante 25 anos", criou uma página de internet onde torna pública todos os dados de irregularidades absurdas havidas na "re-eleição" de Hugo Chávez em novembro de 2006. Quais irregularidades?

O aumento de um milhão, trinta e nove mil e cento e vinte três (1.339.123) eleitores na Venezuela entre janeiro de 2006 e o que foi registrado na infraestrutura do Conselho Nacional Eleitoral, que seria utilizada no dia das eleições.

Pessoas que tetiam o mesmo nome , a mesma data de nascimento com duas ou mais cédulas de indentidade com números de série diferentes.

O inexplicável fato de que um terço dos municípios do país existiam mais votantes do que habitantes.

A quantidade de um milhão, duzentos e setenta mil e novecentos e quarenta (1.270.940) registros eleitorais modificados.

Pessoas maiores de 100 anos devidamente inscritas para votar.

A alteração de data de nascimento de dezoito mil novecentos e ooitenta e um ( 18.981) que supostamente haviam nascido em 15 de março de 1974.

Tudo isso pode ser encontrado na página criada pela corajosa Ana Díaz, a www.llegoelmomento.com

ERA DISSO QUE FALAVA NIETZCSHE?

Certas coisas são tão difíceis de se acreditar que nem mesmo vendo e lendo. Pois um renomado dotô, lembrado, citado e festejado por intelequituáiz e estudantes Brasilzão afora escreve na FSP de 25/08/2007 a respeito dos protestos e ação da tropa de choque na USP, elogiando a atitude dos alunos que criticaram a presença dos policiais, depois de tudo passado e depois que lhe foi restaurado o direito de ir e vir. Disse o seguinte:

"Acabei de ser informado de que os estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco repudiaram, com veemência, a presença da tropa de choque da PM em sua academia na noite de 22 de agosto. Vejo nesse repúdio o eterno espírito vigilante dos acadêmicos na indefectível defesa dos altos princípios da democracia e dos direitos humanos. Não posso deixar de abraçá-los por mais essa demonstração de idealismo e de beleza. A verdade é que a alma dos filhos de nossa Velha e Sempre Nova Academia nunca tolerou a prepotência de quaisquer Poderes nos âmbitos de seus sagrados domínios. Em lastimáveis equívocos pode incorrer quem se esquece dessa preciosa verdade." Professor Goffredo da Silva Telles Jr. (Folha de S. Paulo, 25/8/07)”

Reparem que ele assina como professor. Certo, se o é, é, ué. E nem se diga que se desprezam ou que não se reconhecem seus títulos acadêmicos e peso junto à comunidade aquademika, reconhecidos são aqui, de plano. Para o sistema Lattes, porém, ele é um ilustre John Doe. Tudo bem, Einstein também o seria por muito tempo.

Aos fatos. Se os estudantes repudiaram com veemência, ou são muito poucos ou o vocábulo teve seu conteúdo alterado na reforma gramatical atualmente em imposição. Se os estudantes de direito eram contra a presença da tropa de choque, por que não se manifestaram tanto quanto os invasores? Que se saiba, ficaram quietinhos em suas sala, das quais não podiam sequer sair enquanto da ocupação. Tomado por verdade o que relata o professor, só se pode dizer uma coisa desses bacharelandos: são covardes e pulhas que cospem no prato que comem, pois a polícia foi lá garantir o sagrado direito deles de assistir aulas e de ir e vir. Fossem menos vis, teriam se dado ao trabalho de, no mínimo, fazer como os colegas de letras e humanas e enfrentar o policiamento, resistir. Veemente é isto. O que se tem notícia, omissão, acuamento, é chamado, eufemisticamente, bem ao gosto dos intelequituáiz, de insuficiente hombridade.

O querido professor dá conta de que a academia é dos estudantes e professores. Dois defeitos numa única frase e pouco importa se é intencional ou não: é tolice e é mentira. Não é dos estudantes, nem dos professores. É dos cidadãos paulistas, especialmente dos pagadores de impostos. Os mesmos que pagam o salário dele e dos membros da tropa de choque. Os estudantes estão lá, de graça, porque estes, democraticamente, acharam por bem que tivessem esse direito, mas em momento algum lhes foi transferida a propriedade, posse, nada. O patrimônio público é de todos, não apenas dos que usufruem dele momentaneamente. Em tempos em que estado e partido são uma coisa só, vide a marcha das Margaridas totalmente paga com dinheiro público, fica difícil acreditar, mas é exatamente assim que é.

O professor viu na atitude o espírito vigilante dos acadêmicos. Pelo que consta, não estavam tão vigilantes assim, pois não se aperceberam que estavam lhe fazendo um cerco à luz clara. Viu também a defesa da democracia. Nem vale comentar enquanto ele não der a sua definição do termo. No corrente uso, democracia nada tem que ver com ausência de repressão a marginais, criminosos e aos que atentam contra ela mesma. Também enxergou a defesa dos direitos humanos. Pode ser. Mas, de quem? Dos alunos é que não é, porque estavam sitiados até que o choque chegasse.

E, fosse pouco, o professor diz que a sua academia não tolera prepotência dos poderes, destacando bem o termo, colocando-o em itálico: poderes. Que pretenderá dizer? Que não tolera somente a prepotência dos poderes constituídos e tolera a dos que atentam contra eles? Parece que por trás daquelas belas palavras se esconde o velho espírito de superioridade dos intelequituáiz, o mesmo que os faz se esconder debaixo da cama quando estoura um cano de escape na rua. Verdade seja dita, pelo menos o pessoal do MST e quejandos tem a honestidade de dar a cara a tapa, menos, claro, seus dirigentes, mas isto não vem ao caso. Essa trupe acadêmica é desse tipo mesmo, adora ser do contra, mas na hora de ir ao encontro, foge da raia. Dessa história fica claro, claríssimo, que os protestantes mostraram uma superioridade intelectual frente aos estudantes referidos pelo professor, já que deram seu recado abertamente, no momento e no calor da coisa, não depois, no aconchego do lar, em reuniõezinhas de grêmios e diretórios, em jornais, bem seguros por paredes, alarmes e, claro, polícia.

Então, é isso que elogia o professor? Que os alunos fujam da raia e depois critiquem quem lhes garante o ir e vir, o dizer o que bem pensam e tudo o mais? Que batam no cachorro que impede a entrada dos ladrões? Que os futuros profissionais primeiro se escondam, depois tomem partido? É isto? Que tomem por sua uma universidade construída e mantida com dinheiro de todos? Que condenem a presença dos poderes no âmbito acadêmico, mas tolerem a de manifestantes politizados em ação promovida por entidade que só existe porque recebe repasses públicos?

Não há nada de belo nessa atitude, caro professor. Só há vilania, baixeza moral e intelectual. E, ululante, covardia. Com coisas assim acontecendo nas universidades públicas, não é de estranhar que mensalões não resultem em convulsões: elas ensinam as gerações a serem cada vez mais covardes e passivas.

SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRE?

Espera-se que contratações públicas primem sempre pela eficiência e economia, não por ideologias ou nacionalismos. O Ministério das Relações Exteriores, procurando advogados que defenda interesses nacionais junto à OMC, adotou critérios que excluem de saída os brasileiros. Vá lá que o inverso seria absurdo, mas é improvável que não seja do conhecimento da nossa chancelaria que há profissionais gabaritados a tanto por aqui.

O MRE exige que as bancas candidatas à contratação contem com escritórios há pelo menos dois anos em Bruxelas e Washington. Mais, pede que haja pelo menos cinco advogados da área na Europa e quinze na América.

Difícil imaginar que advogados não estejam aptos ao serviço por nunca terem pisado nestas cidades mais do que algumas horas, ou mesmo nunca respirado seus ares.

Esse tipo de restrição mui específica fere a universalidade esperada de licitações. Cheiro de direcionamento no ar, coisa bem comum em áreas menos nobres da administração.

DNA

Testes normalmente são besteiróis, especialmente os que se apresentam como o contrário. Há exceções, como o do political compass em que o cidadão responde a uma série de perguntas e obtém uma localização do seu pensar no espectro político.

O site é: www.politicalcompass.org.

“Traduzido” pelo Google: http://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.politicalcompass.org/&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dpolitical%2Bcompass%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DG. No menu à direita clicar em “fazer exame do teste”.

Uma tradução melhor das perguntas pode ser obtida aqui: http://lana-caprina.blogspot.com/2006/06/um-teste-poltico.html. As respostas são de múltipla escolha e sempre variam entre: discordar fortemente, discordar, concordar e concordar fortemente.

OUTRO 3X4

Mais um interessante retrato cultural, da lavra do Professor José Carlos (link ao lado). Eis:

Vira e mexe e tem algum chato me chamando de chato só porque não tenho saco infinitamente expansível para acomodar todas as provocações da humanidade... Bom, vamos aos fatos.

No último ultra-som que fizemos para ver como anda o Joãnzinho detectamos que havia pouco líquido amniótico no útero (ainda acima do "mínimo", mas bem abaixo da média). Como já tivemos o mesmo problema com o Zequinha (e por isso ele nasceu prematuro e continua prematuro até hoje, he he) resolvi fazer a lição de casa e me debrucei sobre uma dezena de artigos científicos e teses sobre o tema.

A médica ginecologista acha que está tudo bem e etc., mas a besta não deve ter feito a lição de casa dela, para variar. Eu achava isso antes de ler os artigos, mas agora já tenho quase certeza de que nossos médicos estão mais para curandeiros sem tradição do que para cientistas. Explico: todos os artigos que li são praticamente plágios um do outro. É isso mesmo, as bestas médicas que fazem "pesquisas" nas universidades e que publicam seus papers em revistas científicas são piores do que os adolescentes que procuram seus trabalhinhos na Internet. É incrível o descaramento com o qual copiam parágrafos inteiros (por vezes dezenas deles) de outros artigos!

E se os especialistas, médicos hiper-pós-graduados, são assim, tão medíocres, o que me resta esperar da ginecologista que nem lê esses papers??? Que Nossa Senhora do Bom Parto lhe perdoe, talvez. Haja paciência!

Bom, é mesmo chato ser chato, mas tem lá seu lado positivo. Pelo menos agora eu já posso "tratar o problema".

Abraços,
JC

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

RETRATO CULTURAL

Embora esse governo não dê sossego, aqui vai um minutinho de descontração.
Ao final da lista, uma contribuição do blog.

FAZENDO ARTE NA CERTIDÃO DE NASCIMENTO

Escrito por Mauricio GarciaSou formado em Medicina há 7 anos, e minha carreira me proporcionou contato com as mais variadas e indescritíveis figuras e situações.

Vim de família de classe média, e começar a trabalhar com todas as parcelas da população é um choque de cultura inigualável. Vê-se de tudo. Muitas das situações não podem ser descritas aqui, causariam conflitos éticos em uma profissão onde o sigilo médico impera. Porém, este capítulo da Medicina que abordo agora é aberto a todos.


E engraçadíssimo, por sinal. Apesar de Portugal nos ter fornecido estoque inesgotável de piadas sobre seus habitantes, se vivêssemos sob as leis de lá, este artigo não seria escrito.


Estou me referindo ao rigor português ao escolher o nome da criança recém-nata, pois lá existe uma lista de nomes possíveis. Mas isto aqui é Brasil. O brasileiro é um povo criativo, e resolve fazer arte até na hora de batizar seus filhos. Apresento a vocês, uma coletânea feita com colegas meus de profissão, principalmente os pediatras, dos nomes mais bizarros e engraçados vistos em consultórios, maternidades e afins. Afinal, todo mundo tem que passar pelo médico um dia.

Vamos brincar de dar nomes bizarros para nossos filhos! Afinal, eles não podem reclamar mesmo.

- Aga Esterna: Essa era uma jóia! Literalmente.
- Abias Corpus da Silva:Esse nunca iria preso.
- Bilidudilei e Jimibradilei da Silva: Irmãos
- Boniclaide: Bonnie and Clyde
- Bruno: Filho mais velho. Até aí nada, o problema foi quando o mais novo nasceu, e foi batizado de. Marrone.
- Brucili Benedito da Silva: Mais um homenageado, Bruce Lee

- Caralhecilda: Ninguém chamava a paciente gritando. Por que será?
- Darkson Stick Nick da Silva: Venceu um concurso promovido pelos médicos. O pior nome!
- Darzã: O pai era fanho e o cara do cartório não entendeu quando ele disse Tarzan.
- Delícia Cremosa: Devem ter levado o pote de margarina pro cartório.
- Ellen Geoáite : Homenagem a uma escritora americana chamada Ellen G. White.
- Eneaotil: Era mais fácil chamar de NÃO.
- Erripóter: A mãe não se chamava J.K Rowling
- Frankstein Junior : O pai se chamava João da Silva.
- Free William da Silva : Free Willy legendado.
- Harlei David Son: Born to be wild!
- Heman Eduardo: A pronúncia é He-man! Pelos poderes de Grayskull!! Acreditem ou não, sua irmã se chamava She-Ra.
- Hyrum: Pronuncia "Airon". Questionado, o pai disse que era homenagem ao Iron Maiden.
- Hotidogson: Nem o cachorro quente escapa da homenagem

- Inri: Isso mesmo. Jesus de Nazaré Rei dos Judeus.
- Istiveonder da Silva : Ao contrário do cantor, esse enxergava bem.
- Jean Claude Van Dame da Silva: Um magrinho raquítico
- Jedai: Que a força esteja com você.
- João Lenão: Beatle tupiniquim
- Justdoit : A Nike fazendo a cabeça do povão
- Kaelisson Bruno: Homenagem ao grupo KLB (Kiko, Leandro e Bruno)
- Kalifornia Drim dos Santos e Roliude dos Santos: Irmãos provindos de uma comunidade hippie
- Kevinson Junior : O nome do pai era Rafael
- Kwysswyla: Uma proeza, só uma vogal! Leia-se Quíssila.
- Kung Fu José e Kung Fu João: Gêmeos.
- Laion, Pantro e Xitara: Geração Thundercats
- Letisgo: Outro clássico. Let´s go, em versão tupiniquim. Duro era gritar o nome para chamar para a consulta.
- Leidi Dai : Nem precisa tecla SAP
- Madeinusa: Exótico? Apenas a expressão MADE IN USA, junta.
- Magaiver: Esse tinha mãe que tomava pílula e pai vasectomizadoa usando camisinha. E mesmo assim nasceu.
- Mari Onete: Ao contrário do que se pensa, foi sozinha à consulta.
- Maiquel Edy Marfy: Seria Michael + Eddie Murphy?
- Maycom Géquiçom: Sem comentários
- Merdalina : Pois é. Tem de tudo
- Myqueimausi: Deve ser filho do Valdisnei
- Michelângelo: homenagem ao pintor renascentista? Nada, era a tartaruga ninja mesmo.
- Milquesheiqueson: Qual era o sabor?
- Mijardenia e Merdamercia: Irmãs, carinhosamente chamadas de Mimi e Memé.
- Mikarraquinem: Criança que adorava correr do banho.
- Miquetiçon: Segundo a mãe, pronuncia-se. Mike Tyson.
- Orange, Blue e Yellow: Família arco-íris
- Patrick Itambé da Silva (Homenagem ao ex-piloto francês de F1 Patrick Tambay)
- Pir: Pronúncia PI-ERRE.
- Railander da Silva: Esse sofreu um corte, para sua sorte, não foi a sua cabeça que foi cortada.
- Romixinaide: Homenagem a Romy Schneider. Tá, eu sei que você não conhece. Foi uma diva do cinema há uns 50 anos trás.
- Rudegulete e Claiver: 2 irmãos, uma dupla de ataque poderosa (RuudGullit e Kluivert)
- Shaite: Nosso velejador Robert Scheidt também merece homenagem
- Silvester Estalone: Diz o médico que pediu um autógrafo.
- Tayla Nayla, Taxla Naxla, Tarla Narla : Irmãs cuja mãe aguardava a quarta filha, que seria batizada de Taola Naola. Levanta a mão aí quem também era fã de Tartarugas Ninja!
- Tospericagerja: Um clássico, homenagem do pai aos craques da Copa de 70: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson, Jairzinho.
- Ulton : Ao chamar a criança, o médico foi corrigido pela mãe: U-Eli-Ton. Tem que pronunciar o L
- Uiliam Bone: Futuro apresentador do Jornal Nacional
- Um Dois Três de Oliveira Quatro : Esse é famoso. É um agricultor Potiguar. Eles merecem
- Uilikit e Uiliket: Gêmeos também da geração acima
- Urinoldo Alequissandro : O médico que atendia este garoto o encaminhou para outro colega. Não conseguia parar de rir ao associar o garoto com um urinol.
- Usnavi: Filho de um fanático por navios americanos, que apresentam a inscrição U.S. NAVY
- Valdisnei: Um clássico. Homenagem ao grande Walt Disney.
- Villejack Jeans e Cachemire Bouquet.(dois irmãos). Eita propaganda
- Xerox (pai), Fotocópia (filha mais velha) e autenticada (filha mais nova). Caso famoso em Recife.
Brasil, país da criatividade!
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Contribuição do Blog:

Botantonio (Bota Antonio) e Crisoanderson (Cris ou Anderson). Pessoal de cartório anda sem paciência depois que o governo tornou gratuita a certidão de nascimento.

Tem mais:

Johnny Lee Walker da Silva (matador profissional, preso).

Romário Maradona Edmundo Ribeiro (o pai está preso, pelo nome imagine-se o destino do filho...)

Mas, perigando começar uma guerra, nada supera um dono de ferro velho, filho de árabes:

Alô Moisés.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

TALVEZ A AGULHA NÃO ESTEJA NO PALHEIRO

Onde estão as chaves quando você as perde? Se você soubesse, elas não estariam perdidas, mas mesmo sabendo disto, as procura. E se as procurar no lugar errado, o resultado mais provável é que não as encontre. Como não sabe o lugar certo, só lhe resta procurar nos lugares mais prováveis e, se também eles forem os errados, sobra o velho e bom acaso. É o que se dá com a ciência muitas vezes. Parece que vem a ser o caso das diferenças comportamentais entre homens e mulheres. Ao menos é o que sugere uma recente pesquisa que constatou que não é no cérebro que surgem as discrepâncias. É no nariz.

Pessoal de Harvard e do Instituto Médico Howard Huges, capitaneados por Catherine Dulac, Jennings Xu e Tali kimchi, descobriram pode ser no nariz que se ache o pivô das diferenças entre os sexos de vertebrados, mais especificamente o órgão vomeronasal, responsável por detectar os feromônios. Pois os pesquisadores descobriram que fêmeas de camundongo, quando nascem sem o órgão, comportam-se como machos, inclusive subindo em outras fêmeas.

A Dra. Catherine ficou particularmente surpresa: “os resultados são surpreendentes. Ninguém imaginava que uma simples mutação poderia induzir fêmeas a se comportar como machos”.

Os cientistas colocaram diversas fêmeas com essa deficiência junto a machos. Logo começaram a imitá-los, inclusive em rituais sexuais, e até a brigar com eles. O mais interessante, porém, foi que elas queriam manter relações sexuais com os machos, mas como se machos fossem, montando-os. Ao fim, eram dominadas e, por assim dizer, estupradas. Quando nasciam os filhotes, elas não mostraram nenhum traço maternal, largando as crias um ou dois dias após o nascimento, enquanto os camundongos normais cuidam dos filhotes por muito mais tempo.

Duas hipóteses surgiram. Numa, o órgão vomeronasal seria necessário para o crescimento de um circuito neural específico das fêmeas. Noutra, o cérebro da fêmea demanda o funcionamento do órgão para reprimir o comportamento masculino, que, assim, seria o inicialmente natural em todos os seres.

Eles fizeram um teste usando fêmeas que nasceram com o vomeronasal, mas o extirparam. Também elas começaram a se comportar como machos.

Agora estão pesquisando machos geneticamente modificados, para que não tenham o vomeronasal funcional, para saber se passarão, eventualmente, a se comportar como fêmeas. Essa hipótese maluca não foi bem explicada por eles.

Não houve estudos do tipo com outro animais e a Dra. Catherine lembrou que o comportamento sexual humano não é regido apenas por feromonios.

Considerando que, além da menor influência dos feromônios, os homens são mais suscetíveis a influências comportamentais do tipo, digamos a grosso modo, imitativas e possuem uma sociabilidade muito maior e complexa, sem olvidar do fenômeno cultura, a pesquisa, no tocante a humanos, é deveras inconclusiva, apesar das esperanças manifestas dos cientistas.

Como diz o velho deitado: de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo.

COROAS ENXUTAS

Com James Bond só se morre uma vez e os diamantes são eternos. E ambas as coisas são verdadeiras. Ou quase. Descobriram diamantes apenas pouca coisa mais novos que o próprio planeta Terra, geologicamente falando. A coisa servirá para melhorar os estudos sobre a formação da própria Terra. O achado deriva de pesquisa chefiada pela Dra. Martina Menneken, do Instituto de Mineralogia da Universidade Wilhelms, Alemanha.

As pedras, em verdade, são minúsculas e foram encontradas dentro de cristais conhecidos como zirconita (silicato de zircônio). O mais interessante é a idade das pedras: 4,5 bilhões de anos.

Através de cenários matemáticos, alimentados com dados obtidos empiricamente, a equipe concebeu um modelo de evolução da crosta terrestre que contempla um resfriamento abrupto. As pedras possuem as características esperadas pelo modelo, ou seja, são uma evidencia a favor da teoria.

Segundo os cientistas a crosta era bem mais grossa do que hoje e havia uma interação com o manto, a faixa intermediária entre aquela e o núcleo derretido o planeta.

Fica a lição para o pessoal do IPCC: não há porque divulgar hipótese problemáticas antes de se ter um mínimo de evidências empíricas.

BOM LEMBRAR

Quando for falar mal de ricos ou reclamar da vida, lembre do seguinte, sem prejuízo de nada ou de tudo: empreendedores gastam com ativos produtivos e o resto com passivos improdutivos.

EVA

Rumores que se convertem em fatos não são inéditos, muito menos na política brasileira. Ao menos dessa sucessão infindável de escândalos de vez em quando nos são reveladas algumas beldades, Dona Buaizi, por exemplo. Pois falou-se e agora confirmado está que dona Veloso, aquela do Renan, posou para a Playboy. Afirma que lançará livro em breve, a respeito de coisas nunca dantes ditas sobre Brasília. Improvável duas vezes, primeiro que é difícil imaginar qualquer coisa sobre nossos políticos capaz de surpreender, de corrupção a assassinos de moto-serra tudo já aconteceu; segundo que não teria ela coragem, uma senhora ex-amante de Senador que recebe uma grana preta de pensão não vai querer matar a galinha dos ovos de ouro.
A TV Record exibiu ontem um filme que vem muito a calhar na nossa política: O Amor custa caro, dos Irmãos Cohen.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

ESCOTEIROS

Primeiro foi a Caixa, agora o Bradesco desistiu de uma série de processos em fase recursal junto ao STJ. Diz o diretor jurídico, Dr. Maurício Carvalho, que a idéia é colaborar com o judiciário, tirando-lhe trabalho. Cada um acredita no que lhe convém, mas será demais supor que os honorários advocatícios tipicamente pesados dessa fase influíram um tantinho na decisão? O próprio dá uma pista ao dizer que causas de pequeno valor foram as preteridas, como também aquelas em que o banco já levara chumbo anteriormente na própria corte superior.

Seja lá qual for o motivo, é coisa bem vinda. Mas lembremos: o poder público é o maior demandante e demandado, responsável por mais da metade dos processos nos tribunais. Seria muito bom que seguisse o exemplo, mesmo porque os procuradores têm coisas mais importantes a fazer do que ficar cuidando de processos com fim certo e conhecido.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

SMOKING, PÓ DE ARROZ E ALFAFA

Preste atenção no seguinte trecho:

O que temos que ter sempre em mente é que a consolidação das estruturas é uma das conseqüências do processo de comunicação como um todo. Todavia, o acompanhamento das preferências de consumo cumpre um papel essencial na formulação das diretrizes de desenvolvimento para o futuro. No entanto, não podemos esquecer que a complexidade dos estudos efetuados exige a precisão e a definição do sistema de participação geral.

Anote bem. Agora veja esse aqui:

A hegemonia do ambiente político causa impacto indireto na reavaliação dos procedimentos normalmente adotados. O empenho em analisar o consenso sobre a necessidade de qualificação talvez venha a ressaltar a relatividade das direções preferenciais no sentido do progresso. No entanto, não podemos esquecer que a revolução dos costumes cumpre um papel essencial na formulação do retorno esperado a longo prazo. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se a constante divulgação das informações promove a alavancagem das condições inegavelmente apropriadas

Por gentileza, tome nota mental disso tudo. Mas sigamos:

Aquela propriedade que caracteriza os organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte, ou seja, aquele elemento essencial que sustenta, permite a existência e o funcionamento de seres, enfim, aquele conjunto de atividades e funções orgânicas que constituem a qualidade que distingue os que ainda não morreram, vem a ser, por assim dizer, conforme seja considerado unicamente em viés meramente enunciativo, um perpetuar ininterrupto de produção de efeitos.

Pense com bastante carinho em tudo que leu. Agora trave uma discussão a respeito com seus amigos. Depois anote o resultado.

Os dois primeiros trechos não foram escritos por ninguém, foram gerados automaticamente por um programa, disponível neste endereço: http://www.dicas-l.com.br/lerolero/index.shtml.

Já o segundo foi escrito usando-se apenas o velho e bom dicionário. Tomou-se a singela e oca frase “a vida é um eterno agir” e substituiu-se cada palavra por uma ou mais de suas definições. Simples assim. É o empôles, aquela língua que diz pouco ou nada, típica de boa parte dos intelequituáiz de todo tempo. Há dialetos bem conhecidos: juridiquês, economês, mediquês (cuja escrita é ainda mais complexa que japonês e o árabe), e, claro, a recém-nascida comentariês, que já toma de assalto as redações Brasil afora. É o jeito Rolando Lero de se comunicar. Tem quem goste de assim escrever e também quem idolatre esse escrito e sabe-se lá qual dos dois seja mais perigoso.

Tecnicalidades são uma coisa, elas possuem sentido claro no seu contexto, coisa que o empolês não tem em condição alguma. Clareza é um perigo, porque interpretatio cessat in claris. Quanto mais obscuro, mais interpretação e, obviamente, menor o risco de ser exposta a estupidez do autor. Para o leitor empolatra, o texto obscuro tem a fantástica vantagem de permitir que ele esconda a sua própria estreiteza mental naquela complexidade e de se livrar de qualquer interlocutor incômodo invocando as inúmeras possibilidades de sentido ali depositadas. Enfim, um não tem nada a dizer e o outro não entende e ambos afirmam se tratar de coisa séria, profunda e, obviamente, muito complexa e repleta de significados.

O empolês funciona bem na forma escrita, mas na forma verbal, dada a complexidade e o abuso de termos plurívocos dificulta acompanhar o palestrante. Mas há uma saída, sempre há: oratória. Uma boa oratória, envolvente, com toques de humor produzirá maravilhas. Um estudo produzido por D.H. Naftolin, J. Ware e F. Donelly na década de 70 tornou-se referência em pedagogia por demonstrar o impacto do ânimo do professor nos alunos. Os pesquisadores contrataram um ator para que se passasse como professor de medicina. Foi apresentado como detentor de diversos títulos acadêmicos e proferiu uma palestra sobre a teoria dos jogos no âmbito médico. Usou e abusou de neologismos, contradições e, claro humor, falando sempre com vontade, imponência e assumindo uma autoridade invejável. Ao final, os alunos avaliaram a apresentação como ótima, apesar de nada substancial ter sido dito, enfim, eles nada aprenderam, mas mesmo assim disseram se tratar de um excelente professor. Surgiu aí a conhecida expressão “efeito da sedução educativa”. Nada impede que se faça uso de uma boa oratória para se comunicar algo, claro, é até recomendável.

Coisa idêntica se dá com o empolês escrito. O empolatra lê o que não está escrito e ainda é capaz de chamar de burro quem não concorda com ele. O famoso caso Sokal abalou o empolês, mas não o suficiente para que fosse deixado de lado. Basicamente, ele, físico de carreira, escreveu um artigo para um revista de ciências humanas, usando e abusando, como na maioria dos textos filosóficos pós-modernos, de termos científicos sem sentido fora do seu contexto técnico, o qual, ao fim, não queria dizer absolutamente nada. Pois, o texto passou pelo crivo dos editores, foi bem recebido pelos leitores e até recomendado em salas de aula. Depois de um tempo o físico disse se tratar de uma farsa, mostrando o absurdo no uso daqueles termos. Houve bastante discussão acadêmica, mas, não adiantou, o empolês sobreviveu e segue firme e forte mundo afora, falando cada vez mais e dizendo cada vez menos.

Tempos depois do episódio Sokal, Gilberto Gil disse o seguinte: a física quântica é a ciência em busca do espírito. De onde ele tirou isso? Sabe-se lá, mas é certo que não foi de nenhuma equação, de algum texto propedêutico ou um singelo artigo de divulgação científica que seja. Como ele não entende patavina de física e é um empolatra típico, pode ter topado com algum texto científico e, como fora do contexto os termos ganham outro significado, interpretou o que leu e disse bobagem. Ou, mais provável, leu algum sociólogo francês que fez o processo anterior e interpretou em cima da interpretação e soltou a asneira.

A empolatria é, claro, um elitismo, não uma meritocracia. Se trata de manter distância das pessoas comuns e de querer merecer estar ao lado de quem se afasta por, claro, também não querer estar perto da gente normal. Que o digam dois dos maiores cientistas do século XX, Einstein, para quem “uma teoria que não pode ser explicada a uma garçonete não merece ser levada a sério” e Feynman, que ensinava que “se não fores capaz de explicar a física a tua avó é porque não percebeste grande coisa”. E nenhum dos dois tratou de temas simples, antes pelo contrário. E mesmo um grande literato já dizia coisa parecida: "Um relato honesto se desenrola melhor se o fazes sem rodeios", anotou Shakespeare.

E esse elitismo é bem constatado quando se toma contato com uma faceta bem usual do empolês, o discurso politicamente correto. Palavras simples, de uso consagrado, são substituídas por termos cada vez mais vagos, como afro-americano, porque essa gente considera que o povão não tem inteligência suficiente de saber quando “negro” é ofensivo e quando não é.

Então, se você não é um analfabeto funcional, sempre que se deparar com um texto e não entender nada, não se sinta menos inteligente, é bem provável que seja muito mais inteligente que o autor do texto.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

LULA QUER REDECORAR USINAS

Esse governo é mesmo uma piada pronta. Indicou um arquiteto para presidente de Furnas, empresa estatal geradora e transmissora de eletricidade. Considerando tudo que vemos, fez a coisa certa, afinal, nada melhor que um arquiteto para levar a cabo a implantação do minimalismo elétrico no país. Prevê-se que a empresa investirá no próximo ano quase R$ 2,5 bilhões. O fundo de pensão da empresa, de nome Real Grandeza, administra coisa de R$ 7,5 bilhões.

O camarada é Luiz Paulo Conde, ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro e ex-vice governador. Ele foi presidente da IPLAN, uma empresa estatal de informática do Rio (?), no começo dos anos 90. Nesse período, montou com o irmão uma empresa do mesmo ramo, a Datta Imagem Informática, que teve ascensão meteórica. Tempos depois foi nomeado secretário de urbanismo e no período seu escritório de arquitetura, o LPC, prosperou a valer, pagando só de ISS R$ 330 mil. Já prefeito, foi uma empresa sua a primeira a implantar o conceito de Apart Hotel na cidade, com construções e empreendimentos aprovados rapidinhos.

À frente da prefeitura carioca, diversas empresas de outdoor conseguiram autorizações especiais em tempo recorde, inclusive para locais dantes proibidos. Boa parte delas tinham como sócios vereadores da base aliada. Ao fim do imbróglio, ele assinou um termo de ajustamento de conduta junto ao Ministério Público, reconhecendo que as autorizações estavam equivocadas e prometendo retirar a publicidade irregular em até 120 dias. nada foi feito e o caso foi parar na justiça, em ação na qual o MP pediu a retirada de quase 1.200 outdoors irregulares. Em 2.001, a prefeitura, agora nas mãos de seus inimigos políticos, decidiu tombar mais de 200 prédios no bairro do Leblon, transformou-os em patrimônio histórico. Tempos antes, como prefeito, ele tinha editado um decreto que condicionava qualquer reforma à aprovação de um conselho instituído por ele. Não gostou da novidade e escreveu o seguinte: “a cidade é um produto da cultura e que a identidade entre o cidadão e o lugar é a condição essencial para a vida urbana de qualidade. A ambiência urbana é fortemente definida pelas edificações, as quais participam fundamentalmente da construção da memória coletiva. A cidade é de todos, não é apenas dos proprietários dos imóveis. A cidade é também dos inquilinos, dos comerciantes, dos operários, dos empreendedores imobiliários, a cidade é justamente rica quando é o palco da interação e da disputa. Esse é o jogo democrático”. Artigo postado em 2.001 no Observatório da Imprensa.

É aliado político do deputado Eduardo Cunha, que é presidente da CPI aérea, quer dizer, da crise aérea. O congressista estava ávido por ver uma diretora da Infraero, dona Denise Abreu, explicar uns contratos polpudos que ela viva defendendo em reuniões; parece que tinham a ver com um amigo dela, empresário do ramo e que, dizem, já fora beneficiado em Ribeirão Preto. Ia convocar a senhora, mas, no último minuto, mudou de idéia, apesar de a própria ter dito que poderia ir até lá, sim, claro. Conversas de corredores apontam que esse seria o preço da indicação de Conde para Furnas. Acredita quem quiser. Deve ser só coincidência que ele tenha desconsiderado totalmente um requerimento dos tucanos para que o Ministério da Defesa tomasse providências administrativas para quantificar e qualificar o desempenho da ANAC. Como também que tenha mudado de idéia quanto à prorrogação da CPMF.

Nas últimas eleições municipais, o então candidato petista Chico Alencar, concorrente de Luiz Paulo Conde, iria assistir o segundo turno de fora e recomendou voto nulo. Na época, houve um comentarista política que escreveu que era bobagem e que se deveria apoiar Conde, sujeito de nome Franklin Martins, atual secretário de comunicação do governo. Na disputa municipal, Conde era apadrinhado por Cesar Maia. Tempos depois, romperam.

Ao que parece, a indicação já deveria ter se dado, mas o caso Silas "cenzinho da Gautama" Rondeau pôs a coisa em banho maria, até sexta feira passada.

Curiosidade: é abortista e defende a união homossexual.

Pois é, interdisciplinariedade é isso aí.

NENÊ QUER DORMIR NA CASA DO AMIGUINHO

O trecho abaixo é de resenha escrita por Cláudio Lessa no site Direto da Redação (www.diretodaredacao.com.br). Trata de uma suposta prova científica de que monogamia é um mito cultural imposto pela Igreja. Veja um trecho (depois, veja porque se trata de uma suposta prova):

Finalmente a Ciência teve a coragem de enfrentar a Igreja em seu último reduto: atesta, por meio de pesquisa séria, estruturada, que o casamento não passa de uma "união de fachada" para a maioria dos seres humanos - e isto por um motivo muito simples, de acordo com o recém-lançado "O Mito da Monogamia" (Editora Record): os homens são polígamos por natureza, e as mulheres são naturalmente infiéis.

Para resumir uma longa história que todos - desde Adão e Eva até Oscar Maroni, o dono da Bahamas' Club, na cabeceira de Congonhas – estão carecas de saber, a tese do casal de autores, os pesquisadores David P. Barash e Judith E. Lipton, é a de que o homem apresenta naturalmente um comportamento poligínico. Em outras palavras, a tendência natural (e não se deve ver aí um comportamento necessariamente obrigatório) é a de que o homem tenha muitas parceiras. O que faz até um certo sentido, quando se pensa na preservação da espécie. Por outro lado, se a mulher do Homo Sapiens não chega a apresentar um comportamento estritamente poliândrico, onde ela exigiria diversos parceiros, nem por isso ela é estritamente monogâmica. A fêmea também trai o seu "eleito". Aliás, é bom que o faça, porque onde é que os machos iriam buscar tantas parceiras se não houvesse algumas delas dispostas a "pular a cerca"? Evidentemente, tudo isso fluiria muito bem e naturalmente, de acordo com as regras da Natureza, não fôsse um pequeno detalhe: a intervenção daqueles que pretendem ditar regras de comportamento, invocando santidade, criando liturgias e solenidades, enfinhando caraminholas na cabeça dos desavisados e prometendo punições severas - quando não eternas - àqueles que ousem desobedecer seus ditames


Isso é o que diz o articulista.

Essa história de que o papel do homem na preservação da espécie é fazer um monte de filhos está mais para mito do que para fato.
De nada adianta colocar filhos no mundo, se eles morrerem de fome, nada de perpetuação dos genes. A evolução privilegiou humanos que cuidam dos filhos e não apenas os geram. Não cuidar dos filhos é safadeza mesmo, não imperativo biológico.

Nada disto impede pular a cerca, claro. Só que fidelidade também é uma estratégia evolutiva, por assim dizer, homens exigem fidelidade para ter certeza de que estão arriscando seu pescoço caçando mamutes para dar de comer a filhos que sejam realmente seus, mulheres exigem fidelidade para se garantir que o homem cuide do seu rebento. Não é por acaso que em todas as culturas conhecidas existem laços matrimoniais e comportamentos infiéis sofrem algum tipo de punição. Quando um comportamento se faz presente em todas as culturas, as chances de que sejam exclusivamente fruto do ambiente social são desprezíveis.

Vincular a infidelidade de modo tão direto à perpetuação da espécie é errado. Ligá-la ao impulso sexual é mais correto. A natureza não é um projeto pronto e acabado, planejado por um engenheiro; as coisas vão se dando e acertos e erros se misturam até que só fique aquilo que funciona e o ambiente cultural só faz retardar a coisa (para o bem e para o mal).

Não adianta apelar para a biologia, infidelidade é safadeza mesmo, não tem jeito. Se não liga para convenções sociais, para que buscar amparo à transgressão? Simplesmente transgrida e fim de papo. De resto, ninguém é obrigado a casar.

A primeira frase do texto é de uma ingenuidade atroz e revela o caráter ideológico do texto. Ciência enfrentar igreja? Para que? Ciência descreve fatos naturais, conclusões teológicas, morais, filosóficas é coisa de quem interpreta essa descrição, não papel da ciência.

Ficar buscando justificativas para contrariar a igreja é admitir sua autoridade. Convencer os pais de que não é errado, que não tem perigo, que todo mundo, faz, enfim, conversar, mesmo aos berros, com os pais, é o que fazem as crianças. De adultos espera-se que simplesmente ignorem a autoridade que não reconhecem. Logo, parece que esse articulista reconhece a autoridade da igreja e age como uma criança, buscando que ela mude de idéia e chancele o desejo dele de pular a cerca. Fosse homem, pularia sem nem tomar conhecimento da igreja (ou o que for). Jalecos brancos não transformam crianças em homens.

QUE OLHOS GRANDES VOCÊ TEM, VOVÓ

No site do Diego Casagrande um artigo, oxalá, de Cassandra escrito por Paulo Moura. Vale ler, aqui vai um trecho:

"Para completar o serviço, Lula passou a alimentar especulações sobre a possibilidade de apoiar Serra, Ciro Gomes, Aécio Neves ou Sério Cabral para sua sucessão. Depois, passou a liberar uns trocados para os demais governadores, e pronto. Todos acreditaram nas intenções democráticas de Lula e no desapego ao poder dos petistas. Por incrível que pareça, tem gente que acredita que Lula apoiará alguém que não Lula para a sucessão de Lula. Logo em seguida, Lula completou a compra da fatia que faltava do PMDB e o assunto terceiro mandato submergiu desapareceu da mídia.

Movimento seguinte: o PT pauta o Congresso e a mídia com o simulacro de Reforma Política. Isso por cima dos panos. Por baixo dos panos, Lula já preparava a prorrogação da CPMF e da DRU, pois, sem cofres abarrotados fica impossível sonhar com o terceiro mandato. Sim, é somente isso que Lula precisa para garantir seu terceiro mandato. Aprovar o voto em lista, o financiamento público eleitoral e a fidelidade partidária, congelando sua atual maioria, e, em seguida, garantir dinheiro nos cofres do governo para preservar seu poder de compra no mercado eleitoral. Feito isso, estaria pavimentado o caminho para o terceiro mandato. Mas, a reforma eleitoral não passou. E a prorrogação da CPMF e da DRU também não. Ainda. Pois a probabilidade é de que isso passe. Afinal, aumento de imposto sempre passa. Ao contrário das regras eleitorais que projetam incerteza no tabuleiro político, se há um consenso inabalável entre os políticos de todos os partidos, ele se forma em torno da idéia de que dinheiro na mão do governo é bom para eles todos, que vivem de distribuir favores com dinheiro público para suas clientelas eleitorais. E, é claro, para si próprios, que ninguém é de ferro".

Pode ser lido na íntegra aqui: http://www.diegocasagrande.com.br/index.php?do=Wm14aGRtOXlKVE5FYldGdVkyaGxkR1Z6SlRJMmFXUWxNMFF4TmpBNE56UkxRUT09WnhQMko=

Pois não é ó único. Rodrigo Constantino também vai na mesma linha. Trecho:

"Na Venezuela, o grande amigo de Lula caminha para uma mudança constitucional que irá lhe permitir reeleições indefinidas. Chávez declarou abertamente que esse é o caminho para o socialismo. Tudo na Venezuela é mais direto que no Brasil, pois as instituições lá são mais capengas. Mas todos sabem que lá ocorre aquilo que a maioria dos aliados mais próximos de Lula desejaria para cá. O autoritarismo e o desprezo pela democracia estão fortemente enraizados nesses que outrora lutavam para instaurar uma revolução socialista no país, que seria transformado em uma enorme Cuba caso tivessem sucesso. As eleições são pura farsa para esses socialistas. Só o poder importa!"

Pode ser lido integralmente aqui: http://rodrigoconstantino.blogspot.com/

Nem bem tinha ganho a eleição, o PT já saiu falando em terceiro mandato. Foi bobeira, assustou, veio reação e ficaram quietos, não se falou mais nisso. Vão comendo pela beirada.

Messias não jogam a toalha enquanto não cumprem totalmente a sua sagrada missão, pouco importa que sejam Dom Quixotes ou cavaleiros do apocalipse.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

CHEQUE ESPECIAL É SALÁRIO?

A respeito da prorrogação da CPMF, um lembrete muito bem vindo:

Os representantes do governo no Congresso dizem que é preciso ter responsabilidade ao votar o fim ou a redução da CPMF para 0,20 ou 0,10%, pois o governo "têm compromissos" assumidos para pagar. Surpreendente tolice, dita com tanta a pose e seriedade, que pode iludir os menos atentos. O governo e todos nós sabemos há tempos que a CPMF tem prazo definido até 31.12.07. Sabemos o valor que ela arrecada anualmente. Contar com esse valor após o ano de 2007 é muita irresponsabilidade. O mais indicado é manter a CPMF com um percentual menor, visto o quanto ela consegue "lembrar" aos sonegadores contumazes de suas obrigações para com a Receita Federal. Basta ver os contínuos recordes de arrecadação que, convenientemente, não são lembrados nessa ocasião. Há muitas maneiras de mantê-la reduzida, sem gravar tanto os contribuintes brasileiros e sem que o governo deixe de pagar os compromissos assumidos. Mentir, ainda é crime!

José Renato M. de Almeida
Salvador - Bahia

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O PIOR CEGO...

El General de las Americas anunciou ontem que pretende acabar com o limite de re-eleições.
Um presidente que pode ser re-eleito até morrer é a quintessência da democracia esquerdista.
Político de esquerda é como mulher casadeira: no namoro é Branca de Neve, saiu do altar vira a Bruxa Má. Fatos, fatos.

A CALDEIRA AMBIENTALISTA: ORIGEM DA MADEIRA

“É fato inconteste que o transporte, a infra-estrutura urbana, energia, grandes obras hidráulicas e comunicações têm sido fatores decisivos para o desenvolvimento econômico. São exatamente os efeitos multiplicadores das grandes obras de infra-estrutura, como a Hidrovia Paraguai-Paraná, de característica não-linear e geralmente incomensuráveis, o que os donos do aparato ambientalista internacional mais temem e querem impedir. Sabem que tais empreendimentos não agregam à economia um produto propriamente dito mas algo muito mais importante: agregam eficiência e produtividade aos setores da economia que produzem bens para a sociedade. Criam novos mercados onde não existiam, viabilizam novas fronteiras agrícolas ou a exploração econômica de recursos naturais, possibilitam o surgimento de novas cidades, são um fator importante para a integração e ocupação territorial e têm um papel fundamental para a logística da defesa nacional. Por conseguinte, a decisão de sua implantação deve obedecer a diretrizes de um planejamento estratégico da Nação, necessariamente de longo prazo, e não a análises tipo custo-benefício, que são critérios auxiliares mas jamais decisórios, por incompetentes.”

O trecho acima está publicado no site Alerta em Rede (http://www.alerta.inf.br/index.php?news=1092) Dados interessantes que se observam lá:

A Fundação Rockfeller investiu pesado no conhecido Clube de Roma, o qual, em 1.968, basicamente deu origem ao moderno ambientalismo, recrutando cientistas vários para a missão. Primeiro vieram com a idéia de que o mundo se resfriaria. Agora vêm com a idéia de que está esquentando.

Nos anos 90 a fundação criou seu projeto Leadership for Environmental and Development (Programa de Lideranças em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) – LEAD. O braço brasileiro da coisa é a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças (ABDL). Pessoas que a integram: Israel Klabin (presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável), Eduardo Martins (ex-secretário de Meio Ambiente do ministério de Meio Ambiente e Recursos Hídricos no governo FHC, ex-presidente do IBAMA, ex-dirigente do WWF-Brasil), Maria Teresa Jorge Pádua (FUNATURA) e outros. Essa associação já recebeu mais de US$ 570 milhões dos Rockfeller.

Um dos diretores internacionais do LEAD é o Sr. José Goldemberg, ex-ministro de Collor e criador da reserva Ianomâmi, localizada em ponto estratégico para a Hidrovia Paraguai-Paraná. A reserva praticamente sepultou o projeto da hidrovia.

Entre 1994 e 1996, a fundação americana W. Alton Jones mandou US$ 704.000 para a campanha contra a Hidrovia. Só em 1994 foram US$ 100.000 para a Fundação para o Desenvolvimento Sustentável, de Israel Klabin, com a desculpa de financiar trabalhos de manutenção da biodiversidade na Amazônia. Pelo mesmo motivo, deu mais US$ 100.000 para a Fundação Vitória Amazônica, aquela ONG que recebeu 19 milhões de reais da União Federal e que foram usados numa única exposição americana sobre ‘produtos não madeiráveis”.

A fundação americana C.S Mott, mantida com o espólio do bilionário norte-americano morto em 1.973, mandou US$ 450 mil para a ONG Friends of the Earth, US$ 100 mil para o National Wildlife Federation, US$ 115 mil para a Natural Resources Defense Council, US$ 130.000 para a The Nature Conservancy, US$ 545 mil para o World Resources Institute e US$ 115.000 para o Environemntal Defense Fund, o EDF. A família Mott mantém ainda o C. S. Mott Fund e o Ruth Mott Fund, igualmente generosos com o movimento ambientalista internacional.

Agora ligue os pontos. Releia o primeiro parágrafo sobre a importância da infra-estrutura. Junte o esforço ambientalista para evitar obras significativas Brasil afora. Misture o financiamento internacional e a posição de destaque no atual governo de pessoas que fazem parte de associações que receberam dinheiro de fundações estrangeiras.

O inferno pode estar cheio de boas intenções, mas a Terra está ainda mais cheia de gente bem mal intencionada usando discursos nobres para encobrir objetivos funestos.

ESPINHOS NO CAMINHO

Em se tratando de idéias, pessoas são irrelevantes, nos serve a lógica, os fatos e uma boa relação entre ambos. É diverso em se tratando de política, pessoas importam. Pessoas condutas, intenções, ações, omissões, nos dizem muito sobre as finalidades reais dos nobres objetivos gritados nos palanques, dão uma pista boa de se seguir, sem dispensa do bom escrutínio crítico. E não só na política estatal, governamental, eleitoral, também na política mais ampla, no jogo ideológico. Veja-se o caso do movimento pró-aborto na Nicarágua, o qual usou uma menina estuprada como símbolo de sua luta, promovendo-lhe o ato por conta de um estupro nunca elucidado, violência dada em 2.002, tudo com apoio claro e decisivo do padrasto. Pois agora descobriu-se que a moça, de nome Rosita, foi novamente estuprada e tem um filho de pouco mais de um ano e meio. A mãe diz que é coisa do padrasto. Pior, tudo indica que o movimento sabia do novo atentado. Até o momento, nenhuma explicação satisfatória para o rolo. Deve ser porque a única que há é desfavorável à causa: eles não se importam com a menina, só com a grande luta. Se a luta é pelas pessoas, como se pode não se importar com elas mesmas?

Na época do primeiro estupro, Rosita tinha 9 anos de idade. Ela havia identificado um vizinho como o suposto criminoso, mas ao fim ele foi inocentado por falta de provas. No começo de 2.003 o movimento Rede de Mulheres, depois de uma barulhenta campanha, promoveu o aborto na menina com apoio do padrasto. Tudo contra recomendações médicas de que seria mais seguro ela dar à luz.

Feito o aborto, as feministas foram categóricas em dizer que tudo estava bem e que a criança estava feliz e sorridente com suas bonecas.

Rosita foi bater na porta das autoridades, por conta de maus tratos da mãe, Sra. Maria de los Santos Esquivel Reyes. Esta, por sua vez, denunciou o padrasto, Sr. Francisco Leonardo Fletes Sanchez, O caso foi passado para a Delegacia de Polícia da Mulher, órgão acusado de ser comandado por simpatizantes e ativistas do aborto.

A única coisa dita pelo movimento, na pessoa da Sra. Jamileth Mejía, a respeito do caso passado é que garante que não houve engano algum no passado, mas que talvez agora a menina esteja equivocada. Antes, quando o estupro foi favorável à causa, não houve engano, apesar da falta de provas; agora, que o novo estupro é contrário, pode haver engano. Para qualquer pessoa letrada, esse tipo de atitude é atestado de manipulação de fatos.

Vizinhos dizem que a menina saiu de casa porque a mãe teria acusado a filha de manter relações com o padrasto.

O padrasto foi detido e disse que tudo não passa de querelas entre as duas. Encontra-se solto por questões processuais.

Não é privilégio de movimentos feministas esse tipo de atitude, nem de esquerda e nem de direita. Em nome de causas sagradas vai-se, paulatinamente, perpetrando-se seguidas imoralidades, crimes e até mesmo atrocidades. Sempre que alguém diz agir em prol do bem de muitos, algo de ruim se pode esperar.

Diante de fatos assim, como acreditar que o mérito da causa seja realmente bom?

Lembremos Dostoievski: se o preço de um mundo melhor é a lágrima de uma criança inocente, então ele não deve ser um bom lugar.

PLATA NA CASA

Desde julho os argentinos que residem aqui há pelo menos dois anos já podem ser parte de diretorias de empresas e cooperativas brasileiras. Uma Instrução Normativa veio dar efetividade ao Decreto Legislativo 210/04, que tratava do acordo para residência dos nacionais dos estados membros do Mercosul. Apesar do acordo e do Decreto, as juntas comerciais não autorizavam o registro das mudanças nos contratos sociais, impedindo efeitos jurídicos da nomeação dos platinos. Trata-se da Instrução Normativa 106/04, do Departamento Nacional de Registro no Comércio, ligado ao Ministério do Desenvolvimento.

Agora, basta que possuam o visto temporário e as juntas são obrigadas a proceder aos registros. Antes, só poderiam se tivessem o visto permanente.

A única questão é saber por que só os argentinos foram contemplados nesta norma? E os demais cidadãos do Mercosul?

De todo modo, é pena que seja tão difícil para um estrangeiro ser diretor de empresa brasileira. Dinheiro não tem nacionalidade e um país farto de necessidades deveria facilitar seu ingresso ao invés de dificultar, com os cuidados de praxe nas áreas delicadas. Como ninguém coloca dinheiro onde não possa ter a chave, essa restrição prejudica o ingresso de capitais no país.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

ESQUEÇA OS BOIS, A FARRA É OUTRA

Só mesmo num congresso brilhoso de lustra móveis se teria a petulância de discutir a beleza do projeto de emenda constitucional que dará estabilidade no emprego para funcionários públicos contratados sem concurso. Fosse pouco ainda tem quem queira, no mesmo embalo, que concursados para cargos do executivo possam ser estabilizados em cargos do legislativo, se convidados por deputado ou senador, a integrar o quadro respectivo.

Só no primeiro caso serão agraciados mais de 260 mil funcionários públicos, em contabilidade restrita ao âmbito federal. O pai da idéia é o deputado Celso Giglio, do PSDB paulista. É de oposição.

No segundo caso teremos o seguinte: camarada faz concurso para gari e no dia seguinte é chamado pelo deputado para integrar sua assessoria. Ou seja, presta para faxineiro e se apossa de salário de nível superior. O DNA aqui aponta o deputado Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco. É do governo.

As PEC´s são as seguintes: 54/99 e 2/03. Podem ser consultadas no site da câmara: http://www.camara.gov.br/.

Vejamos quem são esses dois senhores. Celso Giglio, ex-prefeito de Osasco, já foi acusado de compra de voto, de interferir no processo de eleição de conselheiros tutelares com vistas a beneficiar seus apaniguados, irregularidades várias na administração do Instituto de Assistência Médica de São Paulo, teve suas contas eleitorais inicialmente rejeitadas pelo TRE, entre outras coisinhas.

Já Geraldo Patriota é acusado de receber um mensalão de R$ 20 mil e ajudar o cozinheiro Buani a obter do ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti aquele contrato que ao fim custou o mandato deste e nos apresentou a bela senhora Buani; emprega parentes no Congresso e afirma que o faz porque o nepotismo não está proibido, usou papel timbrado do Congresso para, ironicamente, fazer propaganda de gráfica de sua propriedade, entre outras coisinhas.

Histórico feito, avalie-se, como se queira e se possa, as intenções de ambos e as conseqüências do projeto.

Imagine se os deputados não fossem eleitos diretamente, mas indicados pelos chefes dos partidos, como se quer na tão perseguida reforma política.

Diante dessas tipicidades do Congresso brasileiro, até Ghandi perderia a paciência.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

A TERRA TEM MAIS ÁGUA QUE TERRA

Os intelequituáiz brazucas são do peru mesmo. Um dos bam-bam-bãs da trupe hilária, não contente com a proteção abusiva da classe para com a marginalia que faz das cidades verdadeiras prisões para o cidadão comum, agora propõe que a violência urbana seja combatida por meio de uma guerra verbal, na qual o mais importante é parar de usar certas palavras, colocando outras no lugar, fazendo profissão de fé no discurso politicamente correto como ferramenta de pacificação social. Segundo ele, o Capitão Gay, a antiga personagem de Jô Soares, foi fundamental para acabar com o preconceito contra homossexuais, porque, dada a carga cômica do termo ali imprimida, os próprios acabaram assim se intitulando e os heteros acabaram incorporando a novidade, admitindo o fato graças ao aspecto humorístico. E o camarada ainda se diz, no mesmo texto da incrível proposta, um pragmatista, inaugurando o utilitarismo verbal hierarquicamente superior ao agir. Este samba do crioulo doido manco e cego não seria dito nem numa orgia entre George Clooney e Michael Moore. Claro, nessa terra dá para esperar até coisa pior. Alguém poderia dizer que só mesmo vindo de quem veio, mas não, nem mesmo dele se poderia esperar tamanha insanidade, não, isso não era de se esperar nem mesmo do Sr. Paulo Giradhelli Jr.

Que um metafísico dê ao aspecto cultural um valor e utilidade desse naipe é coisa esperada. Que um camarada que se diz pragmatista o faça, só rindo mesmo. Claro, do alto da sua ôtoridade intelequituau ele pode invocar ser o Senhor da Guerra do pragmatismo nesta terra. O brasão que mais ostenta é sua amizade com o recém-falecido filósofo Richard Rorty, o papa da coisa no mundo. Sendo assim, basta ser amigo de Pelé para se tornar um grande futebolista. Verdade seja dita, ele realmente produz textos sobre o tema, mas o que mais se vê e se lê são artigos estritamente políticos. Cada qual que compre a fé que lhe convém, Giradhelli é assumidamente de esquerda, mas há coisas que ultrapassam o absurdo.

A violência, se tem alguma ligação com o discurso politicamente correto, é no sentido inverso do proposto pelo articulista. O politicamente correto é que vende a idéia de que criminosos são vítimas: da sociedade capitalista, do estado incompetente, da família retrógrada, da escola opressora, do patrão explorador, da igreja repressora, etc. Meninos que matam velhinhas a pauladas, estupram semanas seguidas uma mesma moça amarrada, tacam fogo em pessoas dormindo ao léu, não são chamados de criminosos ou monstros, nem mesmo de loucos, insanos; de modo algum, o discurso politicamente correto de há muito usa outros termos para essas pessoas. O discurso politicamente correto é o discurso das CDH´s Brasil afora, é o discurso do Sr. Padre Roque, ex-deputado federal petista pelo Paraná, aquele que respondeu o seguinte ao pedido de agentes penitenciários para que confortasse a família do colega morto numa rebelião encerrada minutos antes: Estou aqui para defender o direito dos presos. Discurso politicamente correto é aquele que tem uma milícia em jornais e toda sorte de produtores culturais, é aquele o governo petista quis enfiar goela abaixo por via de uma cartilha custeada com dinheiro de impostos sabendo que faltam livros e cadernos nas escolas, é aquele que em filmes e novelas vem chamando prostitutas e michês de profissionais do sexo, é aquele que faz entupir delegacias e fóruns de querelas de vizinhos por conta de xingamentos no calor do momento e sem nenhuma conseqüência prática visível, é aquele que permite que hoje os alunos debochem dos professores ou cate coisa pior.

Em Portugal a bola de futebol é chamada de esférico. Porém, mesmo lá, quando balança as redes do adversário pelo lado de dentro, é gol. Gol é gol, em qualquer lugar, não importa como se chame a redonda. Um assassino é aquele que mata, um estuprador é aquele que estupra, viado é viado, preto é preto e vagabundo é vagabundo. Mas a patrulha politicamente correta quer porque quer que os chamemos de outros nomes. Claro que não é a toa, é para daí não os identificarmos como aquilo que realmente são. Respeito ao próximo ignorando o que ele realmente seja não é respeito ao próximo, mas ao que nele vejo de comum, o que nele vejo de mim. Mas uma obviedade dessas é lógica demais para essa gente, que, aliás, tem uma maioria que vive a dizer que a razão não é suficiente a explicar o mundo. É preciso que cada um seja bem identificado conforme o que faz e o que pensa para, daí sim, se ter o respeito pelas diferenças.

Preconceitos e ofensas não são as causas da onda de violência urbana que assola o Brasil. Por mais que possa gerar violência, não é preconceito ou racismo que leva um adolescente a estuprar uma moça rendida dias e dias sem parar. As balas perdidas do Rio de Janeiro podem não ter destino certo, mas têm origem: saem das armas de traficantes de drogas e não há masturbação intelectual que consiga, com um mínimo de respeito à lógica e aos fatos, demonstrar que é o uso de tais ou quais palavras que leva os bandidos a dispararem. O PCC não foi formado para pedir respeito a seus membros e sim para render o estado e gerar pavor na sociedade. Não será chamando um bandido de vítima da sociedade que o mesmo deixará de praticar seu banditismo.

Intolerância, preconceito, racismo, sexismos e quejandos são todas condutas condenáveis, moral e racionalmente, se se trata de condutas e não de mera opinião genérica. Mas não é isto que gera violência, não é isto que aumenta a violência, não é isto que faz de grandes cidades brasileiras o inferno na Terra. Pode-se apontar milhares de causas, do desemprego às patologias psiquiátricas, mas dizer que o uso de certas palavras gera violência é muita coisa, é especulação demais até para o mais abstrato dos filósofos.

Todo crime é uma ação voluntária e consciente, portanto, todo crime é uma escolha. Economia, psicologia e azar podem explicar a história do criminoso até aquele momento, mas ele sempre pode escolher não atirar, não roubar, não estuprar. Nada fazer é sempre mais fácil que algo fazer e cometer um crime é fazer algo, portanto, o criminoso sai de uma inércia e age de um dado modo. Diante da miríade de possibilidades, escolhe uma. Escolhida dada conduta, que responda por isto. E, qualquer que seja a sua história de vida, sempre será um criminoso, talvez um criminoso que até mereça nosso perdão e compreensão, mas ainda assim um criminoso.

Aqui pode ser lida toda a insanidade: http://br.groups.yahoo.com/group/Acropolis_/message/32090 .

Não há fórmula mágica para o combate à violência, nem mesmo a velha cantilena da pobreza é absolutamente válida ou inválida, não há relação direta entre PIB e violência, entre renda per capita e violência, nem mesmo entre IDH e violência. O problema é sério e a pior maneira de enfrentá-lo é deixar de dar nomes aos bois e de classificar as condutas das pessoas conforme aquilo que são: crimes, estupros, assassinatos, roubos. Pior ainda se para além disto se começar a tratar os criminosos como coisa diferente do que realmente são: criminosos. O nosso planeta se chama Terra e mesmo assim é muito mais água que terra.

AFONIA SELETIVA

Aguarda-se ansiosamente pronunciamento da Comissão de Direitos Humanos de Pernambuco a respeito dos criminosos que mataram a pauladas uma senhora de 87 anos, com o objetivo de roubar-lhe algumas galinhas e uma suposta espingarda, nunca encontrada. Os assassinos foram em número de 3 e tinham 14, 13 e 11 anos. O caso se deu na cidade de Limoeiro. A espingarda seria dada a quarto menino, de 13 anos.

A filha da falecida senhora disse o seguinte: “Não quero fazer nada com esses meninos, mas eles não podem ficar livres. Mataram minha mãe como se fosse uma cobra”.

Quando iniciou-se a discussão pela redução da maioridade penal, por conta do episódio do menino arrastado no Rio de Janeiro, não faltaram especialistas em Direitos Humanos a atacar a idéia. É perda de tempo ouvi-los: contra fatos não há argumentos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

quarta-feira, 1 de agosto de 2007