A inveja é uma merda, certo. E é pecado, certo também. Mas que temos, temos. E é razoável, de certa forma, que a tenhamos, afinal, nos serve de impulso muitas vezes. Por que não invejar Ghandi ou Pelé que seja? Sabedoria e talento não exatamente males a serem evitados. Por exemplo, alguém pode invejar pessoas que, de algum modo, fazem do mundo um lugar um pouco diferente, marcam presença na história. Claro, convém saber da história toda, para não se meter a defender bandidos, como Rimbaud, o poeta traficante de mulheres. Digamos os doutores James Watson e Francis Crick, que acabaram por, digamos assim, inventar a genética, cujas contribuições, para o bem e para o mal já mudaram a cara do mundo, descobridores do DNA, RNA e da estrutura helicoidal do primeiro, a famosa dupla-hélice. Como muitos outro gênios da ciência, alternam teorias fantásticas com bobagens homéricas, como a recentemente deflagrada, a de que negros são menos inteligentes do que brancos porque é uma obviedade que seres geograficamente distantes não podem ter a mesma evolução. Humanos, erram mais que acertam, perdoa-se, mas é de se registrar a besteira.
A tese, que será parte de um livro de lançamento em breve, já foi defendida por outros dois picaretas, autores do livro “A curva do sino”, em que pretendiam provar de uma vez por todas que negros são inferiores a brancos. A pesquisa mostrou-se fraudulenta e o livro caiu no esquecimento. Watson chega a dizer que o fato de querermos que a humanidade seja igual não fará com que efetivamente seja. Tem toda razão o doutor, mas não há fato algum que evidencie que seres de uma mesma espécie possam ter diferenças significativas num curto período de tempo, bio-geologicamente falando, por mais que grupos se desenvolvam em distancias razoáveis. Fosse assim, grosso modo, os cães da África miariam.
O problema todo começa, claro, no conceito de inteligência. O mais sintético, e, por isto mesmo, menos controverso, conceito de inteligência dá conta de que esta é a capacidade de adequar os meios aos fins. Difícil imaginar que negros não sejam igualmente capazes a brancos na hora de decidir qual ferramenta usar para fixar uma tábua na parede, se uma chave de boca ou um martelo. É bom lembrar que, embora nos seja uma nota deveras distintiva, a inteligência, não é um fator determinante na sobrevivência de uma espécie. Mesmo ampliando-se o conceito, temos que alterações do potencial cognitivo levam centenas de milhares de anos, ou mais, bem mais do que o tempo em que grupos humanos se espalharam mundo afora.
A ciência atual não fornece nenhuma evidência de que haja diferenças genéticas a produzir significativas diferenças cognitivas entre dois homens. Antes pelo contrário.
Não é de hoje que o doutor Watson diz coisas polêmicas, ele já atirou contra as mulheres e a favor da melhoria genética da espécie humana, um upgrade da eugenia nazista. Pode ser que o faça para causar polêmica mesmo, para atrair mais interessados nos seus projetos. Um deles, o mapeamento genético humano, já se exauriu e talvez ele esteja buscando novas fontes de recursos. Infelizmente, também a ciência precisa de marketing para se manter e, neste sentido, falem mal mas falem de mim é uma máxima poderosa.
Convém lembrar que nem tudo que um cientista diz é científico. Esta aí a prova.
A tese, que será parte de um livro de lançamento em breve, já foi defendida por outros dois picaretas, autores do livro “A curva do sino”, em que pretendiam provar de uma vez por todas que negros são inferiores a brancos. A pesquisa mostrou-se fraudulenta e o livro caiu no esquecimento. Watson chega a dizer que o fato de querermos que a humanidade seja igual não fará com que efetivamente seja. Tem toda razão o doutor, mas não há fato algum que evidencie que seres de uma mesma espécie possam ter diferenças significativas num curto período de tempo, bio-geologicamente falando, por mais que grupos se desenvolvam em distancias razoáveis. Fosse assim, grosso modo, os cães da África miariam.
O problema todo começa, claro, no conceito de inteligência. O mais sintético, e, por isto mesmo, menos controverso, conceito de inteligência dá conta de que esta é a capacidade de adequar os meios aos fins. Difícil imaginar que negros não sejam igualmente capazes a brancos na hora de decidir qual ferramenta usar para fixar uma tábua na parede, se uma chave de boca ou um martelo. É bom lembrar que, embora nos seja uma nota deveras distintiva, a inteligência, não é um fator determinante na sobrevivência de uma espécie. Mesmo ampliando-se o conceito, temos que alterações do potencial cognitivo levam centenas de milhares de anos, ou mais, bem mais do que o tempo em que grupos humanos se espalharam mundo afora.
A ciência atual não fornece nenhuma evidência de que haja diferenças genéticas a produzir significativas diferenças cognitivas entre dois homens. Antes pelo contrário.
Não é de hoje que o doutor Watson diz coisas polêmicas, ele já atirou contra as mulheres e a favor da melhoria genética da espécie humana, um upgrade da eugenia nazista. Pode ser que o faça para causar polêmica mesmo, para atrair mais interessados nos seus projetos. Um deles, o mapeamento genético humano, já se exauriu e talvez ele esteja buscando novas fontes de recursos. Infelizmente, também a ciência precisa de marketing para se manter e, neste sentido, falem mal mas falem de mim é uma máxima poderosa.
Convém lembrar que nem tudo que um cientista diz é científico. Esta aí a prova.
2 comentários:
Vai ter que me explicar melhor... eu não bebo coca-cola :)
ow, isso era pra você... espero que tenha resolvido, então :)
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